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Em Belo Horizonte, Lira comemora decisão do STF favorável ao voto presencial na eleição da Câmara

Cumprindo agenda política em Minas Gerais, deputado elogiou decisão da ministra do STF Rosa Weber que negou possibilidade de voto remoto; Lira também defendeu volta do trabalho presencial na Casa

Por Leonardo Augusto
Atualização:

BELO HORIZONTE - O candidato à Presidência da Câmara do Deputados, Arthur Lira (Progressistas-AL), classificou como "um risco" a possibilidade de votação virtual para o cargo e elogiou a decisão da ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, que negou nesta sexta, 22, liminar pedindo que a escolha pudesse ser feita remotamente. Pela decisão, a votação acontecerá no Plenário da Casa.

Segundo Lira, a possibilidade de influência dos governadores seria o principal problema da votação virtual. "Olha que risco. Você imagina se chega em um estado e centraliza a sua bancada. O governador bota os deputados em uma sala, abre o telefone 'vamos votar aí'. Isso é pressão, isso é instigação, isso é quebra de voto, quebra de sigilo. Então, a ministra Rosa Weber entendeu não atender a liminar. O voto será presencial", disse.

O deputado federal Arthur Lira é candidato à presidência da Câmara Foto: Dida Sampaio / Estadão

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O pedido de liminar pela votação virtual, em mandado de segurança, foi feito pelo PDT, que pedia um sistema híbrido, permitindo a deputados que não quisessem ir à Câmara escolherem seu candidato remotamente. A argumentação do partido foi a pandemia do novo coronavírus.

No segundo e último dia de agenda em Belo Horizonte, Lira defendeu ainda o retorno do funcionamento presencial da Casa que pretende comandar.

"A câmara tem que voltar, como a principal casa do povo brasileiro, a funcionar presencialmente, guardando todas as condições sanitárias. Comissões especiais, comissões permanentes, Plenário, afastando ali, num sistema híbrido, parlamentares do grupo de risco e com comorbidades, mas temos que fazer isso", defendeu.

Lira tem o apoio de presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na disputa pela Presidência da Câmara dos Deputados. A empresários, em encontro na Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), na manhã desta sexta-feira, 22, afirmou, no entanto que, caso vença a disputa pelo cargo, a Casa será independente.

"A Câmara nunca se submeterá a outro poder, como às vezes aparece na imprensa", declarou. Em seguida, também disse que não vai atrapalhar a tramitação de projetos que possam contribuir para o desenvolvimento do país.

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O candidato afirmou aos empresários que entre as suas prioridades está a reforma administrativa. Na sequência, a tributária. "O Brasil não aguenta passar 2021 brigando, discutindo, esticando corda. Precisamos dar demonstrações claras para a população, para quem produz, para quem segura esse país nas costas, de que Brasília não atrapalhará. E se ela não atrapalha, o Brasil dá certo".

Lira cumpriu dois dias de agenda política e com empresários na capital mineira. Na quinta-feira, 21, teve encontros em separado com o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), com deputados estaduais e com o governador Romeu Zema (Novo). Em todas as reuniões deputados federais por Minas Gerais o acompanharam.

O coordenador da bancada de Minas no Congresso, Diego Andrade (PSD), afirmou que Lira terá 35 dos 53 votos da bancada do estado. Segundo o candidato à Presidência da Casa, por onde anda "há claros sinais de vitória". O parlamentar apoiado por Bolsonaro na disputa afirmou já ter passado por 23 estados durante sua campanha ao cargo.

À tarde, Lira esteve em Campo Grande e se encontrou com as deputadas federais pelo Mato Grosso do Sul, Rose Modesto e Bia Cavassa, ambas do PSDB, e do PSL, Loester Trutis e Luiz Ovando. Lira disse que terá quase a totalidade de votos da bancada sul-mato-grossense.

Em breve coletiva, Lira afirmou que pretende retomar, caso eleito, a “altivez” da Casa e fazê-la deixar de ser “personalista” para ser a de “todos os deputados”, fazendo-a deixar de ser a Câmara do “eu”, para ser a do “nós”. /COLABOROU LUCIA MOREL