A divisão entre Eduardo Leite e João Doria no PSDB explicita possíveis estratégias distintas para tentar marcar posição no partido. O gaúcho, que anunciou esta semana que vai deixar o governo do Rio Grande do Sul e continuar no ninho tucano, publicou trecho de um vídeo nas redes sociais em que se compara a lideranças mundiais consideradas jovens, como os presidentes Emmanuel Macron, da França, Volodmir Zelenski, da Ucrânia, e Jacinda Ardern, da Nova Zelândia, e ressalta que o mundo vive “uma mudança geracional na política”.
Leite completa que esses governantes têm como qualidade levar adiante uma agenda “ambiental, inovadora, pacífica e social”. “É esse novo olhar que eu quero ajudar o meu partido a levar para o meu País”, diz, sinalizando que pode não ter desistido de ser candidato à Presidência pela legenda.
João Doria, por outro lado, se calca no “peso” de quadros históricos para mostrar força dentro do partido. Como mostrou o Estadão, essa é uma de suas estratégias para isolar o grupo pró-Leite, além de tentar emplacar o entendimento de que reverter o resultado das prévias seria um golpe.
Após o gaúcho anunciar que vai permanecer no PSDB, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o senador José Serra já foram a público se manifestar pela manutenção do resultado das prévias, das quais Doria saiu vitorioso. O tucano paulista também contou com o apoio da senadora Mara Gabrilli, que foi às redes sociais pedir que a decisão seja respeitada.