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‘É o caso de pedir impeachment’, diz Reale Jr.

Um dos autores do pedido de impedimento de Dilma, o jurista diz que Bolsonaro apresentou um 'grau de insanidade' que mistura 'paranoia e insanidade'

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Por Pedro Venceslau
Atualização:

Um dos autores do pedido de impeachment de Dilma Rousseff (PT), o jurista Miguel Reale Jr, ex-ministro da Justiça do governo Fernando Henrique Cardoso, disse ao Estado que chegou o momento de pedir o impedimento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). 

O jurista e ex-ministro da Justiça Miguel Reale Júnior Foto: Andre Dusek/Estadão

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“Sem a menor dúvida é o caso de pedir o impeachment dele. Essa revelação do (Sérgio) Moro mostra que o presidente não conhece a esfera da Polícia Federal. Eu fui ministro da Justiça e nunca interferi em um inquérito. Ele querer ter acesso e acompanhar os inquéritos é uma afronta ao Poder Judiciário”, disse o jurista.

Reale afirmou, porém, que dessa veznão pretende apresentar um pedido de impedimento.“Eu já recebi solicitação de A a Z, mas não pretendo apresentar nenhum pedido.”Para o ex-ministro, o presidente da República apresentou um “grau de insanidade” que mistura “paranoia e insanidade”.“É como um bêbado que um dia cai no meio do salão”, afirmou.

Ruas

Após Moro declarar que deixa o cargo após Bolsonaro ter exonerado Maurício Valeixo do cargo de diretor-geral da Polícia Federal, os grupos que foram às ruas pedir o impeachment de Dilma agora avaliam encampar um movimento pelo impedimento do presidente Jair Bolsonaro.

“O MBL (Movimento Brasil Livre) avalia pedir o impeachment de Bolsonaro. As declarações do Moro configuram crime de falsidade ideológica e a demissão de Valeixo foi obstrução de Justiça”, disse Renato Battista, coordenador nacional do movimento.

O ativista afirmou, ainda, que se arrependeu de ter votado em Bolsonaro no segundo turno das eleições presidenciais. “Hoje eu anularia”, afirmou. 

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Fundador do grupo Vem Pra Rua, Rogério Chequer disse que o grupo defende que se siga o mesmo caminho de Dilma. “A pressão popular pelo impeachment é crescente.” O ativista afirmou, ainda, que é difícil comparar os casos de Dilma e Bolsonaro. Perguntado se estava arrependido de ter votado no presidente no segundo turno, respondeu: “Não me arrependo porque jamais votaria no PT”.

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