Doria e Mandetta também mantêm conversas sobre frente antibolsonarismo em 2022

Objetivo de encontros é sinalizar para o mundo político e para o mercado que o bolsonarismo caminha para o isolamento

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Por Pedro Venceslau
Atualização:

Em uma reação aos movimentos do presidente Jair Bolsonaro antecipando sua candidatura à reeleição em 2022, o governador João Doria (PSDB) se reuniu no mês de setembro, em um jantar na sua residência na capital, com o ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, para discutir a formação de uma "frente ampla" contra o Palácio do Planalto na eleição presidencial. No encontro, que foi revelado pela Folha de S.Paulo e confirmado pelo Estadão, os dois concordaram com a tese de construir desde já um polo de centro para fazer frente ao "extremismo" de direita representado por Bolsonaro. 

Potencial candidato do PSDB à Presidência da República, Doria adotou um tom mais moderado no discurso e agora prega o diálogo com a esquerda e a direita para isolar os extremos. Depois do encontro, Moro se reuniu em Curitiba com o apresentador Luciano Huck, que também se movimenta para disputar a Presidência da República. 

João Doria e o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, durante coletiva do governo de São Paulo em março de 2020 Foto: Governo de São Paulo / Divulgação

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A reportagem apurou que Doria e Huck também têm mantido contato frequente pelo WhatsApp, e o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM) e o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) também têm participado de conversas sobre 2022. O debate em torno do nome que encabeçaria a chapa de centro está sendo deixado para 2021. O objetivo nesse momento é sinalizar para o mundo político e para o mercado que o bolsonarismo caminha para o isolamento. 

Segundo o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, Maia e Huck almoçaram nesta segunda-feira e também trataram de 2022. O presidente da Câmara também tem defendido a tese de formar um bloco de centro nas eleições presidenciais. "A gente está conversando. Está todo mundo conversando, como o Lula e o Ciro. O País vive uma polarização, é normal que os que não estejam polarizado no  lado A ou B converse", disse Mandetta ao Estadão

Ainda segundo o  ex-ministro, os líderes precisam buscar uma convergência de ideias ante de nomes. "Não há uma candidatura natural", afirmou.

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