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CNI homenageia Bolsonaro e divulga pesquisas com dados positivos para o governo

Levantamento de entidade das indústrias aponta que 60% dos empresários aprovam administração; Ibope mostra apoio da população à política econômica

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Por Mateus Vargas e Emilly Behnke
Atualização:

BRASÍLIA – No mesmo dia em que homenageou o presidente Jair Bolsonaro, a Confederação Nacional da Indústrias (CNI) divulgou dois levantamentos com dados positivos para o governo. Uma sondagem feita pela entidade mostrou que 60% dos empresários considera o governo ótimo ou bom e, em outra pesquisa, encomendada ao Ibope, os entrevistados disseram aprovar a atual condução da política econômica. Os dados, no entanto, apontam que apenas 16% acham que o problema da corrupção irá melhorar no próximo ano.

Bolsonaro recebeu na manhã desta quarta-feira, 11, o Grande Colar da Ordem do Mérito Industrial da CNI. Em seu discurso, fez acenos ao empresariado ao criticar “burocracias”, agências reguladoras e prometer rever regras da Receita e decretos “que porventura estejam atrapalhando”.

Bolsonaro recebeu o Grande Colar da Ordem do Mérito Industrial da CNI Foto: Gabriela Biló/Estadão

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“Nós temos decretos, por muitas vezes, que vão além da legislação e atrapalham vida de todos. Ofereço aos senhores, o que tiver em decretos que porventura estejam atrapalhando, nos procurem. Em poucos dias submetemos essa proposta de novo decerto a nossa assessoria jurídica. E, se for o caso, mudamos o decreto”, afirmou Bolsonaro a uma plateia de empresários.

O presidente ainda disse que a classe política “reconheceu a necessidade de ter ministros, presidentes de bancos, chefes de estatais, reconhecidos com a nação e não com partidos políticos. Fórmula que não deu certo no passado.”

Bolsonaro afirmou que muitas vezes as agências reguladoras, “para o bem e para o mal”, têm poder maior que ministérios. Ao dizer que Paulo Guedes, ministro da Economia, é aliado para a desburocratização, Bolsonaro declarou que deve rever instruções normativas da Receita Federal. “Cada instrução normativa deve ser muito bem pensada. Deve atender ao interesse do Brasil. Não de grupos”, disse.

De acordo com a entidade, a honraria a Bolsonaro é “um reconhecimento do esforço do governo no avanço de pautas que tornam o Brasil mais moderno e competitivo”.

No evento, o presidente ironizou ainda críticas por ter derrubado decreto que impedia plantação de cana-de-açúcar na Amazônia. “Espero que o pessoal da COP-25 não venha nos acusar de querer substituir a floresta amazônica por um grande canavial. A sanha, a maneira como nos atacam nessa questão ambiental, virou uma política econômica”, disse o presidente.

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A ativista sueca Greta Thunberg, de 16 anos, voltou a ser alvo de ofensas de Bolsonaro. “Tem até uma pirralha que tudo o que ela fala a nossa imprensa, a nossa imprensa, pelo amor de Deus, dá um destaque enorme. Ela está agora fazendo o seu showzinho lá na COP 25. Mas tudo bem. Eu acredito nós temos, ao trabalhar em equipe, meios de mudar o Brasil.”

O presidente Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, durante evento na CNI Foto: Gabriela Biló/Estadão

Governo é mais bem avaliado por empresários na Região Sul

No levantamento que fez apenas com empresários, além dos 60% de ótimo e bom, a CNI apontou que apenas 7% avaliam o governo como ruim ou péssimo, enquanto outros 26% acham que o governo é regular. A entidade não apresentou dados de levantamentos anteriores que pudessem ser comparadas.

O levantamento mostra ainda que o governo é mais bem avaliado pelos empresários da região Sul, onde 71% consideram o governo bom ou ótimo. No Centro-Oeste, essa aprovação é de 68%; no Norte, 62%; no Sudeste, 57%; e no Nordeste cai para 50%.

A pesquisa mostra ainda que 65% dos entrevistados confiam no presidente Bolsonaro e 64% aprovam sua maneira de governar o Brasil. Por setor, a indústria da construção é o segmento que tem maior confiança, 69% confiam no presidente e 69% na maneira de governar.

A pesquisa, feita pela própria entidade, ouviu 1.914 empresários de todo o País entre os dias 2 e 10 de dezembro. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais e a confiança de 95%.

70% da população apoia política econômica, diz Ibope

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Na outra pesquisa divulgada nesta quarta-feira pela CNI, o Ibope mostra que a política do Banco Central de redução da taxa Selic tem a concordância de 70% da população. Dos entrevistados, 78% também aprovam parcial ou totalmente a manutenção da meta da inflação.

Os dados da pesquisa são relacionados a perguntas que ainda não haviam sido feitas em sondagens CNI/Ibope, por isso também não é possível saber se os índices subiram ou caíram.

O levantamento foi realizado com 2 mil eleitores de 16 anos ou mais em 127 municípios de todo País, de 5 a 8 de dezembro de 2019. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais e o grau de confiança é de 95%.

Pouco mais da metade (52%) concordam com a proposta de Reforma da Previdência e 43% discordam e 5% não soube responder ou é indiferente. Já a apresentação do pacote anticrime no Congresso Nacional foi aprovada por 62% da população. O mesmo porcentual concorda com a aprovação da Lei de Liberdade Econômica.

As privatizações e concessões em infraestrutura, como de portos e aeroportos, têm a aprovação de 57% das pessoas. Outros 54% concordam com a aproximação do governo brasileiro com os Estados Unidos e 66% com a realização de acordo entre o Mercosul e a União Europeia e a busca de outros acordos comerciais.

Em relação ao funcionamento do sistema bancário, a permissão de abertura de agências bancárias aos sábados foi aprovada por 76% e 68% aprovam totalmente ou em parte a redução da quantidade de ministérios e o aumento para 8h da jornada de trabalho dos bancários. 

Já 76% concorda com criação do 13° salário para o Bolsa Família. Sobre a criação da carteirinha estudantil digital, 88% dos entrevistados concorda totalmente ou em parte com a medida. O mesmo porcentual concorda com a liberação dos recursos do FGTS para os trabalhadores. A carteira de trabalho verde e amarela, que garante a redução dos imposto e do FGTS na contratação de jovens, tem a aprovação de 74% dos participantes.

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