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Chefe do GSI diz que Bolsonaro sofreu novas ameaças

Sérgio Etchegoyen, que chefia agência de inteligência do governo, não desfile em carro fechado na posse presidencial do dia 1º

Por Tania Monteiro e Mariana Haubert
Atualização:

O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Sérgio Etchegoyen, disse nesta segunda-feira, 3, que até 15 dias atrás, antes de entrar em licença, havia recebido a informação de que o presidente eleito, Jair Bolsonaro, havia sofrido novas ameaças. Contudo, ele não citou a origem e nem o período no qual foram feitas. 

"Eu posso te falar até 15 dias atrás. Houve, houve novas ameaças (contra o presidente eleito)", afirmou Etchegoyen após a cerimônia no Palácio do Planalto que celebrou os 80 Anos do Gabinete de Segurança Institucional. 

O ministro do Gabinete de Seguranca Institucional, Sergio Westphalen Etchegoyen Foto: Dida Sampaio/Estadão

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De acordo com o ministro, ainda não há a definição se o presidente eleito irá ou não desfilar em carro aberto no dia da posse. Etchegoyen afirmou que as condições ainda estão sendo analisadas com a equipe de transição.

“A decisão será do presidente. Eu presidiria tudo com cautela. Nesse momento, eu tenho que me atualizar, porque passei fora duas semanas, mas eu recomendaria que todas as medidas tomadas fossem presididas por cautela”, disse.

Desde o ataque a Bolsonaro em setembro, a equipe de inteligência do governo monitora intensamente as ameaças ao presidente eleito. Durante a campanha, o futuro ministro do GSI, general Augusto Heleno, afirmou que havia ameças concretas de novos ataques contra Bolsonaro. 

Na última quarta-feira, 28, um dos filhos do presidente eleito, o vereador Carlos Bolsonaro afirmou através das redes sociais que a morte do pai “não interessa somente aos inimigos declarados, mas também aos que estão muito perto”. Bolsonaro também comentou a fala do filho, mas não citou a quem interessaria. 

Efetivo. Segundo Etchegoyen, "certamente, a segurança do presidente eleito, na nova administração exigirá cuidados mais intensos e mais precisos" e isso, na sua avaliação, "poderá terá, como consequência", o aumento do efetivo do GSI.

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"A segurança do presidente eleito exige mais cuidado? Certamente exige. Nós temos um presidente que sofreu um atentado, que vem sofrendo agressões frequentes, basta ver mídias sociais", declarou Etchegoyen ao informar que a atual coordenação de segurança de Bolsonaro e a equipe de transição estão em contato com a equipe do Planalto, "negociando as condições" para o trabalho, no dia da posse. 

O ministro destacou, no entanto, que "a segurança sempre assessora" sugerindo as condições que consideram mais seguras, mas "a decisão será sempre do presidente da República". Em seguida, sugeriu que "todas as medidas tomadas sejam presididas por cautela".

As declarações do general Etchegoyen foram dadas após cerimônia de comemoração dos 80 anos do GSI. O general Heleno, sucessor de Etchegoyen, também estava presente e foi elogiado pelo atual ministro. Após reconhecer que o presidente Michel Temer o ouve muito e não só a ele, mas a todos os seus principais assessores, o ministro destacou que esse é "um grande atributo".

Depois de salientar que o general Heleno é "uma referência" para os militares, emendou: “tenho certeza que presidente Bolsonaro terá o melhor assessor para todos os assuntos”. Questionado se recomendava que Bolsonaro ouvisse Heleno, respondeu: "não me cabe recomendar nada para o presidente eleito, mas a forma como presidente Temer atuou, ouvindo a todos, foi muito bom e ajuda na governança".

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Etchegoyen declarou também que  Bolsonaro já tem um chefe da sua coordenação de segurança para o GSI nomeado, que é o general Luiz Fernando Baganha - nome já revelado pelo Estado que assume o cargo em janeiro. Essa coordenação, explicou, irá dar garantias, não só a Bolsonaro e à sua família, mas também ao vice-presidente, Hamilton Mourão, e seus filhos. 

"A segurança do presidente eleito, na nova administração, certamente exigirá cuidados", ressaltou. Ao falar das cautelas que precisam ser tomadas em relação a um presidente que já sofreu atentado, Etchegoyen listou que "são medidas objetivas de segurança e indiretas, como a circulação do entorno, os locais a visitar".

Lembrou ainda que, ao assumir determinados cargos, principalmente o de presidente da República, "se perde a liberdade". Ele não quis comentar, por exemplo, a decisão de Bolsonaro de viajar do Rio para São Paulo, em voo comercial, para assistir ao jogo do Palmeira e entregar a taça, em campo, ao campeão brasileiro.

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Sobre as atribuições da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que é subordinada ao GSI, o general Etchegoyen defendeu "continuidade" no trabalho que está sendo desenvolvido lá. "Defendo que seja mantida na maneira como está. A atual direção geral que assumiu nos últimos dois anos vem fazendo um belíssimo trabalho. Mas a decisão é do presidente eleito", declarou o ministro. "Mas eu acho que a continuidade, pelo menos por mais um pequeno período que seja, consolidará os avanços particularmente na área de gestão que eles alcançaram", comentou.

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