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Bolsonaro: ‘pretendemos agora no caso Adélio ir atrás dos mandantes’

Em transmissão ao vivo nas redes sociais, o presidente disse ter informações de que um dos advogados do autor do crime 'agiu de modo errado'

Por Pedro Caramuru e Daniel Galvão
Atualização:

SÃO PAULO - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta, 3, em transmissão ao vivo pelo Facebook, que pretende "ir atrás dos mandantes" da facada que levou em Juiz de Fora (MG) durante a corrida presidencial. Segundo o presidente, a Polícia Federal teve informações de que um dos advogados de Adélio Bispo, autor da facada, "agiu de modo errado" e, por isso, "fez (operação de) busca e apreensão no escritório dele".

"Nós queremos que seja investigado o material", disse Bolsonaro. "Que venha a se saber quem seja ou são os mandantes." Ainda segundo o presidente, a ação poderá ser decidida pelo Supremo Tribunal Federal

O presidente Jair Bolsonaro (centro) em sua transmissão semanal pela internet, acompanhado de policial rodoviário federal e de sua intérprete em Libras Foto: Reprodução/Facebook

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A declaração ocorre dias após ele escalar o advogado Frederick Wassef, que já advoga pelo senador Flávio Bolsonaro em processos que tratam de movimentações financeiras atípicas nas contas do parlamentar e de seu ex-auxiliar Fabrício Queiroz, para defender também o presidente no caso do atentado. Em entrevista ao Estado, o advogado disse que Adélio seria um "assassino profissional" e que teria sido pago pela tentativa de assassinato. 

As declarações constestam conclusões preliminares da própria PF que, em 2018, apresentou indícios de que Adélio teria agido sozinho, e que seria inimputável pelo crime pois teria distúrbios mentais. Em resposta, o advogado do autor do crime disse que o julgamento "acabou", pois transitou em julgado, e que era "é politicamente conveniente que este assunto não morra". 

‘Estou diminuindo o espaço democrático da esquerda’

Na mesma transmissão, nesta quinta, Bolsonaro comentou a tramitação da reforma da Previdência no Senado. Ele disse que, apesar de não ser pessoalmente favorável ao endurecimento de regras na aposentadoria, a necessidade da reforma "faz parte do jogo, da democracia".

O presidente aproveitou para, em seguida, dizer que nunca "feriu ou ameaçou" o regime democrático. Mas afirmou que está "diminuindo o espaço democrático da esquerda" por ter saído vitorioso das eleições de 2018.

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"Em nenhum momento eu feri ou ameacei a democracia ou, como disse mentirosamente a (ex-presidente do Chile, Michelle) Bachelet mentirosamente, que estou diminuindo o espaço da democracia no Brasil", disse Bolsonaro. "Eu estou diminuindo o espaço democrático da esquerda, disso não há a menor dúvida. Entrou a direita, agora." / COLABOROU TULIO KRUSE

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