Bolsonaro diz que Salles e Pazuello ficam: 'dois excepcionais ministros'

Presidente minimiza críticas sofridas pelo governo na área ambiental e diz que Europa é uma 'seita ambiental', que 'atira' no Brasil o tempo todo

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Por Pedro Caramuru , Gregory Prudenciano e Daniel Galvão
Atualização:

O presidente Jair Bolsonaro afirmou que, apesar da pressão para a saída do ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, ele permanecerá à frente da pasta. “O Ministério da Saúde precisa muito mais de um gestor do que de um médico”, afirmou, durante transmissão semanal ao vivo.

Presidente Jair Bolsonaro, em isolamento por conta da covid-19, durante live semanal desta quinta-feira, 16 Foto: Youtube Jair Bolsonaro/Reprodução

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 Segundo Bolsonaro, além de Pazuello, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, alvo de críticas pela condução da gestão ambiental na Amazônia, está fazendo um “excepcional trabalho” e também permanecerá no cargo, a menos que queira sair. Bolsonaro disse que ministro Salles “faz o possível” para conter o desmatamento.

 Sobre o desmatamento e as queimadas, ele afirmou: “pelo tamanho da região amazônica, é difícil conter tudo isso daí”. Segundo ele, críticas que o Brasil recebe na área ambiental são "injustas".

"Essa guerra da informação não é fácil e nós temos problemas, porque o Brasil é uma potência no agronegócio. Lá na Europa é uma seita ambiental, eles não preservaram praticamente nada do meio ambiente, mas o tempo todo atiram em cima de nós, e de forma injusta, porque é uma briga comercial também", disse.

O presidente negou que Salles tenha desmontado a máquina de fiscalização. Sobre o áudio da reunião ministerial divulgado por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente declarou que o ministro, ao dizer que é necessário “passar a boiada”, se referia a “desregulamentar muita coisa” do setor agropecuário e não a permissão para que se cometam crimes.

“Vocês estão com saudades dos ministros da Saúde de Fernando Henrique Cardoso, Dilma e Lula?”, questionou durante transmissão ao vivo. Segundo Bolsonaro, a criação do Ministério da Defesa no governo FHC foi por imposição política. O presidente defendeu a atuação da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e dos ministros militares, que fazem parte da reserva das Forças Armadas. Bolsonaro afirmou também não ser proibido que militares assumam funções do Executivo. “Essa história de desmilitarização, não”, afirmou. “Militares estão bem avaliados como ministros”. Bolsonaro também afirmou que "deu por encerrada a questão com o ministro Gilmar Mendes", em referência às trocas de farpas ocorridas entre o magistrado do Supremo Tribunal Federal (STF) e integrantes das Forças. O presidente disse que falou por telefone com Gilmar, mas se reservou o direito de não divulgar o conteúdo da conversa.

 "Da minha parte, dou por encerrado isso daí. Eu conversei com o Gilmar Mendes por telefone sobre o episódio. Ato contínuo, houve um contato entre o ministro Gilmar Mendes e o ministro Pazuello, conversaram também. Queremos solução, tá certo?", disse o presidente.

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 O desentendimento ocorreu com a repercussão de uma fala do integrante do STF, que afirmou que os militares estavam se associando a um "genocídio", em referência à condução da crise sanitária causada pela pandemia da covid-19.

Novo ministro do STF

Bolsonaro voltou a reclamar da decisão do STF que garantiu a autonomia de Estados e municípios na aplicação de medidas contra a covid-19. Apesar disso, o presidente manifestou expectativa por mudança no entendimento da Corte tão logo o ministro Luiz Fux assuma a presidência do STF.

 "Talvez com novo presidente do STF seja possível discutir as decisões de fechar comércio", declarou. O ministro Fux deve assumir a presidência do STF em 10 de setembro, sucedendo o atual presidente, Dias Toffoli. O mandato de Fux valerá por dois anos.

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