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Ainda no palanque? Tweets mostram que Bolsonaro acha que ainda está em campanha

Sem plano de comunicação para o governo, presidente usa rede social para 'mandar recados' a opositores, criticar imprensa e reforçar seu slogan de campanha eleitoral

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Por Matheus Lara
Atualização:

Sem plano de comunicação para seu governo, o presidente Jair Bolsonaro costuma utilizar o Twitter como a principal ferramenta para comunicar decisões sobre seu início de gestão. 

Porém, não são raros também os "recados" a grupos políticos adversários, críticas à imprensa e até a replicação de seu slogan de campanha, "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos", nas publicações do presidente. Discurso típico de quando buscava chegar ao cargo que ocupa atualmente.

Jair Bolsonaro, presidente do Brasil, utiliza o celular para se comunicar Foto: Isac Nóbrega/Presidência

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O tom de quem parece ainda não ter descido do palanque após fazer uma campanha que rompeu paradigmas já causa comentários no Congresso. Bolsonaro tem sido criticado por aliados e até por integrantes de seu partido, o PSL, pelo tom "eleitoreiro".

Como destaca o Estado nesta segunda, é geral a avaliação de que a falta de um plano de comunicação ajuda a esconder eventuais realizações do governo, enquanto a agenda da crise se sobressai. O receio de auxiliares de Bolsonaro é de que as turbulências na política respinguem nas negociações com o Congresso em torno da proposta de reforma da Previdência.

1 . Lula condenado

O presidente da República replicou, sem comentários, a chamada de uma notícia sobre a nova condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu principal adversário político. No ano passado, Lula foi impedido de ser candidato a presidente pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com base na Lei da Ficha Limpa. Ele liderava as pesquisas de intenção de voto.

2 . 'Ódio do bem'

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O presidente da República é fã da página 'Ódio do Bem', que publica, em tom sarcástico, diferentes discursos de opositores de Bolsonaro apontados como contradtórios. 

3 . Facada

Vítima de um atentado durante a campanha eleitoral em 2018, Bolsonaro fez questão de destacar, após a última cirurgia, que foi atacado por um ex-integrante do PSOL, partido de esquerda com quem rivaliza desde os tempos de deputado.

4. Governos passados

O presidente não perde oportunidades para falar de gestões anteriores, como quando as culpa pelo que chama de "crise em todos os sentidos". "Sabemos a dificuldade que é tentar consertar tudo isso."

5 . Slogan de campanha

Em meio a tweets sobre sua agenda oficial como presidente da República, Bolsonaro parece esquecer que já está eleito e solta seu slogan, que também deu nome à coligação vitoriosa no pleito de 2018 com o PRTB, do vice Hamilton Mourão. 

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6. Retweet de "recados"

Bolsonaro costuma retwittar publicações de seus ministros, aliados, parentes e apoiadores. Foi assim quando o chanceler Ernesto Araújo afirmou que o "socialismo do Século XXI" do presidente venezuelano Nicolas Maduro estava "ruindo". "Países que adotaram este modelo tiveram miséria generalizada, mentira e opressão", escreveu o chanceler.

7 . "Ele não"

O presidente escreveu contra a "doutrinação ideológica" quando publicou um vídeo em que dois formandos de um curso de Direito levantam uma faixa em que se pode ler "Machistas, racistas, fascistas e homofóbicos não passarão". Os formando dançam ao som de uma música com a letra "Ele não", em referência à campanha que se opôs a Bolsonaro durante o período eleitoral. O presidente não deixa claro se o motivo de ter se incomodado foi a letra da música ou o protesto em escrito, em que ele não é citado. 

8 - Críticas à imprensa

Assim como Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, Bolsonaro utiliza o Twitter para reclamar da forma como parte da imprensa noticia fatos relacionados a ele.O Estadão já foi alvo, após noticiar que o governo recuou na decisão de estabelecer mudanças em livros didáticos.

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