Aécio diz que não sai do PSDB em caso de vitória de Doria e chama rumor de 'hipótese ridícula'

Prévias do partido, marcadas para domingo, expõem racha entre tucanos

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BRASÍLIA — O deputado Aécio Neves (MG) descartou qualquer possibilidade de sair do PSDB, caso o governador João Doria (PSDB-SP), seu inimigo político, seja escolhido pré-candidato à Presidência nas prévias do partido, marcadas para domingo, 21. "Essa hipótese é ridícula. Simplesmente não existe”, disse Aécio ao Estadão, numa referência a rumores sobre o assunto.

A briga no PSDB está bastante acirrada. Doria e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, disputam voto a voto o apoio dos tucanos. O ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio (AM) também participa das prévias, mas não tem chances na corrida.

O deputado Aécio Nevesé um dos principais articuladores da campanha de Eduardo Leite. Foto: Gabriela Biló/Estadão

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O processo de escolha do pré-candidato do PSDB expôs a divisão no partido. Doria e Leite trocaram acusações durante a campanha e houve denúncias de que o aplicativo de votação a ser usado no domingo permite fraudes.Aécio é um dos principais articuladores da campanha de Leite. O gaúcho também tem o apoio de outro nome experiente da legenda, o senador Tasso Jereissati (CE). Doria, por sua vez, recebeu o aval do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do senador licenciado José Serra (SP).

Ex-governador de Minas e ex-presidente do PSDB, Aécio trava uma queda de braço com Doria,conflito que se intensificou em 2019 e refletiu em disputas internas do partido na Câmara. O governador já tentou expulsar o mineiro por causa das suspeitas de corrupção no caso JBS, mas o partido arquivou o caso.

Na prática, o resultado das prévias mostrará para qual lado vai pender o PSDB no ano eleitoral de 2022. Se Doria vencer, ele deverá se fortalecer para influir na escolha do próximo presidente do partido e do novo líder da bancada tucana na Câmara. O líder do partido, hoje, é o deputado Rodrigo de Castro (MG), aliado de Aécio. Se Leite for o escolhido, o poder do paulista se reduz e o domínio de Aécio sobre o partido aumenta.

Candidato derrotado do PSDB na eleição presidencial de 2014, o governador de Minas disse que as prévias são “uma boa experiência”, mas reiterou críticas a Doria. “O que não faz bem às prévias são tentativas de fraudar o colégio eleitoral, como aquela feita pelo diretório de São Paulo com a inclusão de 92 prefeitos e vices que não estavam aptos a votar", provocou Aécio. A Executiva Nacional do PSDB acabou suspendendo a participação dos novos filiados nas prévias.

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