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Provocações e ataques marcam último debate entre candidatos ao governo do RS

Troca de farpas entre Eduardo Leite e José Ivo Sartori no debate da RBS TV repete clima da campanha no 2º turno

Por Filipe Strazzer
Atualização:

PORTO ALEGRE – Como aconteceu em toda a campanha neste 2º turno, os candidatos ao governo gaúcho trocaram ataques e provocações no último debate das eleições 2018. O ex-prefeito de Pelotas Eduardo Leite (PSDB) e o candidato à reeleição, José Ivo Sartori (MDB), criticaram propostas e tentaram associar o adversário ao PT. O desenvolvimento do Estado também foi tema debatido pelos candidatos.

Desde o primeiro bloco do debate, promovido pela RBS TV, afiliada da TV Globo, os postulantes ao Piratini utilizaram seus tempos mais para provocações do que para propostas, como vem sendo comum nos debates e horário eleitoral neste 2º turno.

Os candidatos ao governo do RIo Grande do Sul, José Ivo Sartori (MDB) e Eduardo Leite (PSDB) Foto: Filipe Strazzer/Estadão

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Em pergunta no início do encontro, Sartori cobrou “coerência” às promessas de Leite e afirmou que as propostas do tucano são “parole, parole” - palavras, em italiano. “Falar é fácil, difícil é fazer. Vem pra vida real que é muito melhor”, disse o governador. Em outro momento, Sartori repetiu a expressão, que foi respondida por Leite. “Ele fala em parole, parole, mas ele é o candidato do desculpa, desculpa, do demora, demora”, criticou o tucano.

Os candidatos também tentaram ligar o outro ao PT. “(Leite) parece o Miguel Rossetto (candidato derrotado do PT), em que tudo está errado. Mas pelo menos o Rosseto me respeitava. Vamos discutir os assuntos e para de se vitimizar!”, criticou o emedebista. “Onde estou me vitimizando? Nunca houve um ataque pessoal meu! Com todo o respeito, eu inclusive acredito que o senhor tem boas intenções. Acho que o senhor é mais guiado pela sua assessoria”, respondeu o tucano. Em outro momento, Leite afirmou que pretende extinguir a Empresa Gaúcha de Rodovias (estatal criada por Tarso Genro/PT) e criticou o governador, dizendo que o emedebista quer manter uma empresa “criada pelo PT”.

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Em questão sobre segurança pública, Sartori questionou Leite sobre o candidato a vice do tucano, delegado Ranolfo (PTB), que foi chefe da Polícia Civil no governo Tarso Genro (2011-2014). “Ele fez campanha para Dilma e para o Lula. O sr. vai adotar o modelo de segurança que foi desenvolvido pelo PT?”, questionou o emedebista. “O delegado Ranolfo foi chefe Polícia Civil do Estado, é um delegado de carreira. Ele criou a delegacia especializada em homicídios”, disse o tucano. “O outro candidato acha que está certa a segurança. Você está se sentindo seguro? Temos um plano estadual para a segurança pública”, disse Leite, falando diretamente para os telespectadores.

Na última pergunta do debate, Sartori questionou Leite sobre a questão da suposta fraude em exames pré-câncer de Pelotas, afirmando ter havido morte relacionada ao caso. “Todo o gestor público precisa dar explicação. Sem se fazer de vítima, porque as vítimas foram as mulheres. Você precisa explicar direito o que aconteceu”, disse o emedebista.

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“O tema dos exames foi intensamente debatido no 1º turno. Deixamos nossa indignação nesse tema. A prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) conseguiu judicialmente o acesso às lâminas para o Hospital de Clínicas fazer o reexame. E a população de Pelotas me deu 70% dos votos (no primeiro turno)”, respondeu o tucano, e afirmou que o governador não aplicou os 12% legais na saúde.

“Vamos aplicar os 12% na saúde, na educação e aumentamos na segurança. Com toda a crise e toda a dificuldade, reduzimos a mortalidade infantil ao menor índice da história”, respondeu Sartori.

Desenvolvimento do Estado

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Apesar das críticas e troca de farpas, os candidatos debateram desenvolvimento do Estado. O candidato à reeleição defendeu seu governo e as ações nesses quatro anos. “Meu plano é objetivo, real e concreto. Conseguimos desburocratizar o Rio Grande, o alvará do PPCI, a Junta Comercial digital”, enumerou Sartori. O emedebista também afirmou que seu governo “se esforçou” para reequilibrar as finanças. “Ninguém investe num Estado desequilibrado. Mesmo com todo o esforço, com todas as dificuldades, extinguimos companhias, e mais de R$ 10 bilhões estão sendo investidos no Estado”, disse Sartori.

Eduardo Leite afirmou ter uma “agenda de desenvolvimento” para o Rio Grande do Sul. “Precisamos gerar mais receitas, e a receita é gerada na iniciativa privada. Temos que estimular a iniciativa privada, precisamos criar um ambiente para os empreendedores”, disse o tucano. “Vamos combater a sonegação e promover a revisão dos benefícios fiscais. Iremos reestruturar a máquina pública e otimizar os gastos públicos”, afirmou Leite.

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