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Previsão de alta de Bolsonaro é adiada após contaminação de cateter

Informação foi confirmada pelo médico do candidato, que ainda pode deixar hospital neste fim de semana

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Foto do author Renata Cafardo
Por Renata Cafardo
Atualização:

O candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, teve a alta adiada depois que foi identificada uma contaminação do cateter colocado em seu braço. O médico que trata o presidenciável no Hospital Albert Einstein, Antônio Luiz Macedo, disse ao Estado que a bactéria encontrada foi um “germe simples de pele, de fácil tratamento”. Segundo ele, Bolsonaro está tomando antibióticos “por segurança”, mas deve ter alta neste sábado, 29. 

Jair Bolsonaro está internado desde 6 de setembro Foto: Reprodução/Twitter Jair Bolsonaro

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Anteriormente, havia a previsão de que o candidato deixasse o hospital nesta sexta-feira, a pouco mais de uma semana do primeiro turno das eleições.

Nos últimos dias, ele já se alimentava, caminhava e fazia postagens em redes sociais. O boletim médico divulgado nesta quinta-feira, 27, à tarde pelo Einstein não mencionava a complicação. O texto dizia que o paciente apresentava “boa evolução clínica”, não tinha dor nem febre. Afirmava ainda que os exames laboratoriais estavam estáveis.

Segundo Macedo, a contaminação aconteceu “sem repercussão para o paciente e não há infecção”, mas os antibióticos foram dados porque os germes encontrados no cateter estavam na pele do próprio Bolsonaro.

Infecções em unidades de saúde no Brasil atingem entre 2% e 10% dos pacientes, o que varia de acordo com o hospital, segundo a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI). Entre os casos em que há infecção, de 10% a 15% acontecem pelo cateter. Bactérias da pele, tanto do próprio paciente, como do profissional que o manipula, podem infectar o cateter. 

Sempre que o acesso é retirado, os hospitais fazem exames na ponta do cateter, que fica em contato com o sangue, para saber se ela está contaminada. Ao constatar a contaminação, é preciso saber se a infecção chegou ou não à corrente sanguínea do paciente. 

De acordo com o diretor da SBI, Marcos Cyrillo, a bactéria detectada não está entre as que mais oferecem resistência a tratamento. Ele disse ainda que as bactérias de pele são comuns e os remédios para combatê-las, facilmente encontrados. Mas a possibilidade de ela estar circulando na corrente sanguínea, após entrar pelo cateter, exige monitoramento constante. 

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Na maior parte dos casos, diz o médico, a alta é evitada porque é necessário acompanhar a resposta ao tratamento. “Como você vai precisar dar antibiótico na veia desse paciente, ele não vai poder ir para casa porque essas infecções são potencialmente graves. A bactéria está no sangue circulando e você não sabe qual será a resposta do organismo.”

De acordo com o infectologista, há fatores de risco como perda de sangue, trauma das cirurgias e a alimentação limitada, que podem dificultar o processo. O tratamento para infecções sanguíneas, segundo Cyrillo, costuma variar de 14 a 20 dias, de acordo com o tipo de bactéria e a resposta do paciente.

Bolsonaro foi esfaqueado no dia 6 por Adelio Bispo de Oliveira, durante ato de campanha em Juiz de Fora (MG). Ele foi atendido inicialmente na Santa Casa da cidade, onde foi operado. O deputado foi submetido a um procedimento chamado de colostomia, em que uma bolsa externa passa a coletar as fezes. 

Em seguida, o presidenciável foi transferido para o Einstein, em São Paulo. No dia 12, ele teve de fazer uma segunda cirurgia de emergência porque foi detectada um obstrução intestinal. Segundo médicos especialistas ouvidos pelo Estado, se não houver complicações, o candidato só estará plenamente recuperado em um prazo de 4 a 6 meses. Bolsonaro terá de passar por uma terceira cirurgia para a retirada da bolsa de colostomia. / COLABORARAM CONSTANÇA REZENDE e  TULIO KRUSE

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