Alckmin critica quem ‘flerta’ com ‘intervenção militar’

Em Brasília, pré-candidato do PSDB ao Planalto disse que concorrentes que promovem a 'bagunça' e a 'ditadura' deveriam deixar a disputa

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Por Leonencio Nossa
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BRASÍLIA - O pré-candidato do PSDB ao Planalto, Geraldo Alckmin, disse nesta terça-feira, 29, que os concorrentes que promovem a “bagunça” e a “ditadura” deveriam deixar a disputa. Questionado sobre a postura do pré-candidato Jair Bolsonaro (PSL) na defesa da greve dos caminhoneiros, Alckmin afirmou que propostas de golpes – que partiriam especialmente da rede de apoio ao ex-capitão do Exército – são “inaceitáveis” e “absurdas”. 

O ex-governador de SP e presidenciável do PSDB, Geraldo Alckmin Foto: Dida Sampaio/Estadão

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“Esses pré-candidatos que flertam com a intervenção militar e a ditadura não deveriam ser candidatos”, afirmou Alckmin. “Eles não acreditam no regime democrático”, disse ele, após se reunir com as bancadas tucanas no Senado e na Câmara.

+++Presidenciáveis ajustam discurso na paralisação

No dia em que manifestantes foram para o gramado do Congresso com faixas em defesa de uma intervenção militar, Alckmin percorreu gabinetes e participou de reuniões com lideranças tucanas. Os encontros, segundo participantes, foram marcados por um clima de “ansiedade” por uma presença mais incisiva do pré-candidato no debate eleitoral. 

+++Cautela excessiva de Alckmin incomoda aliados

“Neste momento, certas ações podem soar como oportunismo político, sem consistência”, argumentou o deputado Floriano Pesaro (PSDB-SP). “O momento é de trabalhar nos bastidores.” Para Alckmin, a disputa começa mesmo em 15 de agosto, depois da Copa do Mundo. “As pessoas não estão com cabeça agora para eleições.”

+++Alckmin dispara para todos os lados

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Alckmin disse que não vê “razões” para apostar num crescimento, agora, da campanha do pré-candidato do PSL. “Pelo contrário”, disse. “Esse caos que foi criado é fruto do radicalismo, e o radicalismo leva o País para o buraco. A democracia é o regime que levou o mundo inteiro a uma vida melhor”, ressaltou. Procurada, a assessoria de Bolsonaro não se pronunciou até a conclusão desta edição.

+++Lançamento de manifesto é adiado por conta da greve

Temer. O ex-governador de São Paulo ainda rejeitou propostas de impeachment do presidente Michel Temer por conta da paralisação dos caminhoneiros e a política de preços de combustíveis adotada pela Petrobras. “Não tem o menor sentido. Temos de respeitar a Constituição”, disse. Alckmin considerou “corretas” as medidas do Planalto de congelar preços e dar subsídios para acabar com a greve. Mas criticou o governo por não recorrer, nos últimos meses, ao “colchão tributário” – uma redução de impostos - para evitar aumento “abrupto” dos combustíveis. “O governo pode e deve reduzir impostos, mas em julho de 2017, fez dobrar o PIS e o Cofins”, observou. “É preciso ter impostos regulatórios para dar flexibilidade.”

O presidenciável também criticou a prática de aumento de combustíveis pela Petrobrás. “Você saiu de um congelamento de preços no governo do PT para, do outro lado, ter reajustes diários, que tira a previsibilidade de quem trabalha na área”, disse. “Defendemos um reajuste de uma média dos últimos 30 dias.”

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