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A disputa eleitoral nas redes sociais

Anitta, embaixadores e gasolina: O que mais engajou os presidenciáveis nas redes sociais

Assassinato de petista em Foz do Iguaçu e eventos públicos de campanha também geraram engajamento aos principais candidatos a presidente em julho

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Por Redação
Atualização:

O presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conseguiram aumentar a distância para os concorrentes em termos de engajamento nas redes sociais em julho. O fator de desequilíbrio foi a cantora Anitta, que foi mencionada 170,9 mil vezes em posts sobre as eleições após declarar apoio ao petista e desautorizar o uso de sua imagem em sua campanha oficial.

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O episódio ajudou Lula a crescer 36% em popularidade na plataforma, alcançando 62 mil menções por dia no mês, sejam elas positivas ou negativas. Além disso, fez a taxa de engajamento saltar de 6,3% para 9,1%. A métrica representa o quanto do conteúdo produzido nas redes do candidato gerou interações com a base de seguidores. Houve pico de citações ainda com o assassinato de um militante petista em Foz do Iguaçu, no Paraná.

Lula e Bolsonaro conseguiram aumentar a distância para os concorrentes em termos de engajamento nas redes sociais em julho. Foto: Unsplash/@dole777

Os dados foram coletados pelo Monitor de Redes do Estadão, ferramenta criada em parceria com a plataforma Torabit que analisa postagens públicas e acompanha o desempenho dos candidatos nas redes sociais. Nesta terça-feira, os dados mostraram, por exemplo, o sequestro da discussão sobre o 7 de Setembro por apoiadores de Bolsonaro.

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Bolsonaro também cresceu nas redes, principalmente em razão da reunião com embaixadores em que atribuiu desconfiança sobre as urnas eletrônicas (23,8 mil posts) e ao anunciar a redução do preço da gasolina (16,8 mil posts). O presidente obteve um avanço de 83% na quantidade de menções -- 22 mil por dia em julho -- com a taxa de engajamento aumentando de 5,5% para 7%.

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Distantes dos candidatos que lideram a corrida presidencial, Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) tiveram como um dos destaques a foto de um encontro amistoso em evento de rua na Bahia. Os candidatos também foram alvo de bolsonaristas, que resgataram vídeos antigos de Ciro e Simone falando sobre o voto impresso.

O ex-governador do Ceará teve 4,5 mil menções por dia em julho, e a senadora do Mato Grosso do Sul, 2,4 mil. Porém, enquanto Ciro Gomes perdeu engajamento (4,8% para 4,5%), Simone Tebet conseguiu interagir mais com seus seguidores nas redes sociais (2,5% para 4,2%). A senadora tem menos público em seus canais oficiais.

Os candidatos aparecem associados a termos diferentes no levantamento, indicando os principais assuntos da campanha e dos ataques dos adversários. Lula, por exemplo, aparece mais em posts que tratam de economia e corrupção. Bolsonaro cresce em quantidade de menções por meio de posts sobre família e assuntos internacionais, como o cenário político da América Latina. Ciro Gomes está mais ligado ao tema da infraestrutura; Simone Tebet, ao tema da segurança.

O levantamento da Torabit foi realizado por meio do monitoramento dos nomes dos candidatos, termos e hashtags relacionadas às eleições presidenciais de 2022. As menções são atribuídas automaticamente conforme o conteúdo do post e depois categorizadas por assunto.

Bolsonaro e Lula perdem impacto entre grupo 'nem-nem'

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Levantamento da .MAP, agência de inteligência em análise de dados e mídia, mostra que o presidente perdeu 38% de seu impacto entre usuários considerados pela metodologia como "não militantes", enquanto Lula perdeu 16% em comparação ao mês de junho. "O saldo final indica apoio maior a Lula entre aqueles sem militância política, mas sem expansão expressiva dessa base de internautas", aponta o estudo.

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"É importante observar que os internautas não militantes, que somaram 20% do universo de publicações nas redes, em julho, são os que podem decidir se haverá ou não 2º turno,", avalia Marilia Stabile, diretora da .MAP. Segundo ela, uma dos motivos para a dificuldade dos candidatos de dialogarem com este público pode estar nos temas abordados.

"(...) Os candidatos podem não estar falando sobre os assuntos que interessam à sociedade e, sim, ao público já cativo nas redes", completou.

O estudo da agência mostra que o interesse nas redes sociais está cada vez mais voltado a temas como segurança e bem-estar, além de manifestações contra o racismo e apoio à diversidade.

O combate ao racismo ocupou 31% da participação dos usuários no período, com uma taxa de apoio de 95%. Segurança e crimes de corrupção no governo federal foram o terceiro e quinto assuntos mais debatidos.

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Já o conjunto de termos relacionados à política, economia e bem-estar (que engloba, por exemplo, a segurança) alcançou um pico inédito nas plataformas, com uma taxa de apoio de 63%, 20 pontos acima da média dos últimos 13 meses. Segundo o estudo, o resultado mostra que os usuários discutem uma "proposta de país" vinculada principalmente em pautas de bem-estar e que pode se associar ao período eleitoral. A própria discussão sobre eleições também esteve aquecida nas redes, ocupando 18% das interações. O levantamento analisa as manifestações de uma amostra de um universo de 1,4 milhão de posts por dia no Twitter e perfis abertos do Facebook e Instagram. / Gustavo Queiroz, Samuel Lima e Levy Teles

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