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Temer diz que Janot é 'mentiroso contumaz e desmemoriado'

Em nota, ex-presidente reage a citações que o ex-procurador-geral da República faz no livro de memórias 'Nada menos que tudo', e comentada pelo próprio ex-chefe do Ministério Público Federal ao 'Estado'

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Foto do author Pepita Ortega
Foto do author Fausto Macedo
Por Pepita Ortega , Pedro Prata e Fausto Macedo
Atualização:

O ex-presidente Michel Temer disse, por meio de nota divulgada nesta sexta, 27, que o ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, 'além de mentiroso contumaz e desmemoriado, revela-se um insano homicida-suicida'.

A manifestação do ex-presidente, se dá após o antecessor de Raquel Dodge ter afirmado ao Estado que, no momento mais tenso de sua passagem pelo cargo, chegou a ir armado para uma sessão do STF com a intenção de matar o ministro do Supremo Gilmar Mendes a tiros. "Não ia ser ameaça não. Ia ser assassinato mesmo. Ia matar ele (Gilmar) e depois me suicidar", afirmou Janot.

Michel Temer. Foto: AP Photo/Eraldo Peres

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O ex-presidente anotou ainda que Janot teria desmoralizado os integrantes da Lista Tríplice para a Procuradoria-Geral da República, sugerindo nomes que não os elencados pela Associação Nacional dos Procuradores da República.

Em 2017, Temer escolheu Raquel Dodge como sucessora de Janot na chefia do Ministério Público Federal. Ela havia sido eleita em segundo lugar na lista tríplice do pleito da ANPR, e não era alinhada a seu antecessor.

Janot apresentou duas denúncias contra Temer

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Quando era procurador-geral da República, Janot apresentou duas denúncias contra o então presidente Michel Temer. A primeira delas ocorreu em junho de 2017, na qual Temer foi denunciado por corrupção passiva com base na delação dos acionistas e executivos do Grupo J&F, que controla a JBS. O ex-assessor especial do ex-presidente e ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures também foi acusado formalmente.

A denúncia foi barrada pela Câmara dos Deputados, que negou autorização ao Supremo Tribunal Federal para que julgasse a denúncia por corrupção passiva contra o ex-presidente.

Em setembro de 2017, a Procuradoria-Geral da República voltou a denunciar Temer ao Supremo, desta vez por organização criminosa no chamado 'quadrilhão' do PMDB na Câmara. Foram acusados, além de Temer, Eduardo Cunha, Henrique Alves, Geddel Vieira Lima, Rodrigo Loures, Eliseu Padilha e Moreira Franco.

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Em outubro, a Câmara barrou pela segunda vez o prosseguimento de uma denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o então presidente. Temer recebeu o apoio de 251 deputados federais, ao passo que 233 votaram para autorizar a continuidade das investigações contra o peemedebista.

Temer teria pedido a Janot para poupar Eduardo Cunha

Em entrevista à revista Veja, o ex-chefe do Ministério Público ainda acusou Temer de ter pedido para que a Procuradoria-Geral da República poupasse o então deputado Eduardo Cunha (MDB), presidente da Câmara dos Deputados preso desde outubro de 2016.

O encontro teria ocorrido em 2016, pouco antes do impeachment de Dilma Rousseff, no Palácio do Jaburu. Ao encontro, segundo Janot, também teria comparecido o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves.

CONFIRA A ÍNTEGRA DA NOTA

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"O ex-Procurador Janot, além de mentiroso contumaz e desmemoriado, revela-se um insano homicida-suicida. As ocasiões em que esteve comigo foram para detratar e desmoralizar os possíveis integrantes de lista tríplice para Procurador-Geral da República e para sugerir que nomeasse alguém fora da lista. Não merece consideração."

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