Julia Affonso e Fausto Macedo
26 de outubro de 2017 | 13h15
Sérgio Cabral. Foto: Fabio Motta/Estadão
O ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) será transferido para a Penitenciária de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. A data da remoção não foi informada pelo Departamento Penitenciário, vinculado ao Ministério da Justiça, por questões de segurança.
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A decisão de mandar o ex-governador para um presídio federal foi tomada pelo juiz federal Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Federal, do Rio, na segunda-feira, 23, após pedido do Ministério Público Federal. A ordem foi mantida pelo desembargador Abel Gomes, do Tribunal Regional Federal da 2.ª Região (TRF2), na terça-feira, 24, em habeas corpus da defesa do peemedebista.
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Na segunda-feira, durante uma audiência em ação penal na qual é réu por lavagem de dinheiro por meio da compra de joias sofisticadas para ele e para a mulher, Adriana Ancelmo, o ex-governador insurgiu-se contra o juiz Bretas, que já o condenou a 58 anos de prisão – outros 14 anos, somando 72 anos de pena no total, foram aplicados a Cabral pelo juiz Sérgio Moro, de Curitiba. Na audiência, Cabral disse que tinha informações sobre atividades da família do magistrado como vendedores de bijuterias. Bretas sentiu-se ameaçado.
“É no mínimo suspeito e inusitado o acusado, que não só responde a esta processo como outros, venha aqui trazer em juízo informações sobre a rotina da família do magistrado. Além de causar espécie, como bem observou o MPF, de que apesar de toda a rigidez ele tenha se privilegiado de informações que talvez ele não devesse”, disse Bretas durante a audiência.
Preso desde 17 de novembro de 2016, Cabral ocupa uma cela na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica (zona norte do Rio).
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