O promotor de Justiça de São Paulo Roberto Livianu, presidente do Instituto Não Aceito Corrupção, divulgou o vídeo 'solidariedade total a Marcelo Bretas, desrespeitado por Sérgio Cabral', nesta terça-feira, 24, em sua rede social. Livianu saiu em defesa do juiz da Lava Jato, no Rio, que julga as ações penais contra o ex-governador do Rio.
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"O que ocorreu ontem (segunda-feira, 23) no Rio de Janeiro, na audiência em que Sérgio Cabral desrespeitou o juiz Marcelo Bretas é absolutamente inconcebível. Um indivíduo já condenado por dezenas e dezenas de anos por corrupções diversas, ataques à saúde pública, educação e tantas outras violações às políticas públicas, desrespeitando um juiz honrado, cumpridor do dever, corajoso, exemplo de distribuição de Justiça, numa audiência regularmente estabelecida é absolutamente inaceitável", disse Livianu.
Para o promotor, 'a conduta de Sérgio Cabral é um verdadeiro ataque ao Estado Democrático de Direito, é um desrespeito à democracia, é um verdadeiro crime contra as instituições, é um ataque a todos os magistrados, a todos os membros do Ministério Público'.
"Saiba, Marcelo Bretas, que você não está só. Este ataque é a todos nós e nós somos solidários a você. Nós, membros do Ministério Público, nós juízes nos solidarizamos a vocês. E juntos e unidos construiremos uma nova página deste país com mais integridade, com mais respeito à lei, com menos corrupção."
Em interrogatório, na segunda-feira, 23, o peemedebista 'ameaçou' o magistrado. O peemedebista disse que familiares de Bretas vendem bijuterias. Cabral estava sendo interrogado em ação penal na qual é acusado de lavar dinheiro de propinas por meio da compra de joias milionárias para ele e sua mulher, Adriana Ancelmo, na H Stern.
O magistrado disse que a declaração poderia até ser subentendida como ameaça. "É no mínimo suspeito e inusitado o acusado, que não só responde a este processo como a outros, venha aqui trazer em juízo informações sobre a rotina da família do magistrado. Além de causar espécie, como bem observou o Ministério Público Federal, de que apesar de toda a rigidez ele tenha se privilegiado de informações que talvez ele não devesse", disse o juiz da Lava Jato, no Rio.