O promotor de Justiça Marcelo Mendroni denunciou o ex-presidente da Junta Comercial de São Paulo (Jucesp), Humberto Luiz Dias, por lavagem de dinheiro de R$ 8,8 milhões, além dos crimes de falsidade ideológica e fraude à licitação. Dias e mais cinco pessoas são acusados de integrarem suposto esquema que teria direcionado concorrência para serviços de Tecnologia da Informação que teria gerado propinas de R$ 1,6 milhão. O caso foi revelado pela Coluna do Estadão.
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COMPENSAÇÃO DA PROPINAFiliado ao PSD, Dias ascendeu à vice-presidência do órgão em 2013. Um ano depois, foi nomeado presidente.
De acordo com a denúncia, Humberto Luiz Dias, que presidiu a Jucesp, autorizou a contratação da empresa Aceco T.I. S.A., de João Lúcio dos Reis Filho e Fernando Magalhães A. Prado Couto, sem licitação, no valor de R$ 6,9 milhões.
Em seguida, a Aceco teria feito contrato com a HL Dias, pertencente ao ex-presidente da Jucesp, no valor de R$ 960 mil. Para o promotor, a empresa de Dias é de fachada. Outras notas fiscais teriam sido emitidas pela Aceco à HL Dias no valor de R$ 720 mil.
"São, portanto, valores de 'compensação' ou de 'propina' que a Aceco T.I. S.A. pagou para a HL Dias, diretamente a Humberto Luiz Dias. Somados, atingem a quantia de - R$ 1.680.200,00", afirma o promotor.
Em meio às investigações, a Promotoria encontrou pagamentos que somados chegaram a R$ 8,8 milhões da Aceco para a empresa de Dias.
O caso foi revelado pela Coluna do Estadão em 2016, que obteve acesso a documentos que mostravam os pagamentos da empresa contratada pela Junta Comercial ao seu então presidente.