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Procuradoria denuncia por lavagem de dinheiro ex-deputado flagrado com R$ 2 milhões em caixas de TV no Ceará

Adail Carneiro foi preso em flagrante na Operação Km Livre 2, aberta no 19 de novembro; segundo o procurador Luiz Carlos Oliveira Júnior, o ex-parlamentar reconheceu a posse do dinheiro apreendido pela PF, mas 'não apresentou qualquer justificativa' quanto à origem dos valores

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Foto do author Pepita Ortega
Foto do author Fausto Macedo
Por Pepita Ortega e Fausto Macedo
Atualização:

Operação Km livre 2. Foto: Polícia Federal

O Ministério Público Federal denunciou pelo crime de lavagem de dinheiro o ex-deputado federal José Adail Carneiro Silva, que foi flagrado com R$ 1.988.635,00 em espécie escondidos em caixas de aparelhos de televisão e em sacos plásticos na sede de uma empresa de locação de veículos em Fortaleza, durante a Operação Km Livre 2, aberta no 19 de novembro.

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Adail foi detido em flagrante, sendo que sua prisão foi posteriormente convertida em preventiva. Na denúncia, além da condenação por lavagem de dinheiro, a Procuradoria requer a manutenção da preventiva do investigado e a perda, em favor da União, de todo o montante apreendido. As informações foram divulgadas pelo MPF na quarta, 23.

O ex-deputado foi um dos principais alvos da investigação que mira fraudes na contratação de serviços de locação de veículos e motocicletas, com desvio de recursos públicos, fraudes em licitações e lavagem de capitais. Na primeira fase da operação, aberta em 2016, a PF apreendeu quase R$ 6 milhões em dinheiro vivo no cofre de uma empresa ligada ao então parlamentar.

Segundo os investigadores, há 'fortes evidências de lavagem de dinheiro ilícito por meio da aquisição clandestina de corretoras valores e de sociedades em conta de participação do ramo de energia eólica, com a ajuda estratégica de operadores do mercado financeiro'.

O autor da denúncia, procurador Luiz Carlos Oliveira Júnior, aponta que Adail Carneiro reconheceu a posse dos quase R$ 2 milhões apreendidos pela PF, mas 'não apresentou qualquer justificativa quanto à origem' dos valores.

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Operação Km livre 2. Foto: Polícia Federal

"Quem ganha recursos licitamente e tem um mínimo de raciocínio crítico, sobretudo a partir de uma atividade empresarial, não deixa simplesmente 'parados' e 'ocultados' R$ 2 milhões em espécie, em um pequeno quarto do seu escritório. Muito menos o guarda dentro de uma caixa de papelão", registrou o procurador.

A peça de acusação frisa ainda que a imputação de lavagem de valores se restringe aos valores apreendidos em novembro deste ano. "Outros valores também apreendidos em posse do denunciado, a exemplo dos quase R$ 6 milhões encontrados em setembro de 2016 na sede de outra empresa do investigado, bem como os crimes antecedentes a este delito de lavagem e a imputação a outros agentes da organização criminosa comandada pelo denunciado, deverão ser objeto de outras denúncias".

COM A PALAVRA, O EX-DEPUTADO

A reportagem busca contato com o ex-deputado Adail Carneiro. O espaço está aberto para manifestações.

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