Julia Affonso
15 de maio de 2018 | 18h21
O Ministério Público Federal, no Rio, denunciou 16 alvos da Operação Rizoma, que investiga desvio de verbas dos fundos de pensão dos Correios – o Postalis – e do Serpros. Na lista de acusados estão o operador financeiro Milton Lyra, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, três doleiros e o empresário Arthur Mario Pinheiro Machado.
A denúncia afirma que Milton Lyra ‘é suspeito de atuar como operador financeiro em esquema de desvios de recursos e pagamento de propinas, além de se encontrar envolvido com fraudes financeiras praticadas em detrimento do Postalis’. Ele é acusado de lavagem de dinheiro e associação criminosa.
+ PF apreende R$ 400 mil em dinheiro vivo com operador da Rizoma
A Procuradoria da República atribui ao ‘Rei Arthur’ os crimes de evasão de divisas, lavagem de dinheiro, corrupção ativa, tráfico de influência e pertencimento à organização criminosa.
O ex-tesoureiro do PT é acusado por corrupção ativa e pertencimento à organização criminosa.
O ex-assessor especial do Ministério da Casa Civil durante o governo Lula, na época que José Dirceu era ministro, e ex-secretário nacional de comunicação do partido, Marcelo Sereno também foi denunciado. Ele é acusado por tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
A Rizoma foi deflagrada no dia 12 de abril. A operação mirou crimes de evasão de divisas, de lavagem de dinheiro, inclusive no âmbito transnacional, de corrupção e contra o sistema financeiro nacional, encabeçado pelo empresário Arthur Machado, um dos fundadores e CEO da Americas Trading Group (ATG).
Em 2010, mesmo ano da fundação da ATG, Arthur Machado constituiu o fundo de investimentos em participação Eletronic Tranding Brazil (FIP ETB), para angariar recursos na “nova bolsa”. Tal projeto teve dois grandes investidores iniciais, as empresas de responsabilidade do próprio empresário e o fundo de pensão Postalis, que ingressou como cotista investindo R$ 119 milhões.
Em 2013, o Serpros começou a adquirir cotas do FIP ETB, realizando até 2015, o aporte total de R$ 72 milhões no fundo de investimento. Além disso, os dois fundos compraram títulos de dívidas (debêntures) nos valores de R$ 107 mil e R$ 241 mil, respectivamente de outra empresa ligada a Arthur Machado, a Xnice Participações.
A reportagem está tentando contato com os denunciados. O espaço está aberto para manifestação.
COM A PALAVRA, ATG
Nota à Imprensa – O Estado de S. Paulo
Em cumprimento às normas de compliance e governança da ATG, Arthur Pinheiro Machado e Patrícia Iriarte foram afastados da empresa.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.