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Prisão de Perillo evita recebimento de eventual saldo de propina, diz juiz

Rafael Ângelo Slomp, magistrado da 11.ª Vara Federal Criminal de Goiânia, considera 'imprescindível' a decretação da custódia preventiva do ex-governador 'com amparo na garantia da ordem pública'

Por Fabio Serapião/BRASÍLIA
Atualização:

Marconi Perillo. Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO

Ao decretar a prisão preventiva do ex-governador de Goias Marconi Perillo (PSDB), o juiz Rafael Ângelo Slomp, da 11.ª Vara Federal Criminal, em Goiânia, afirmou que a medida é necessária para prevenir o envolvimento do tucano em outros atos de recebimento de valores e de eventual saldo de propina. A prisão do tucano é um desdobramento da operação Cash Delivery.

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DECISÃO

Perillo foi preso nesta quarta, 10, ao chegar na Superintendência da PF, em Goiânia, para prestar depoimento sobre as acusações de delatores da Odebrecht Fernando Reis e Alexandre Barradas. Em suas delações, eles citaram repasses de R$ 10 milhões a Perillo - R$ 2 milhões na eleição de 2010 e R$ 8 milhões em 2014.

"Observada a quantidade de propina descrita na representação policial, associada à apreensão ocorrida na fase ostensiva da operação (mais de R$ 1 milhão), somada à extensão temporal em que se desenvolveram as práticas delitivas, torna imprescindível a decretação da custódia cautelar com amparo na garantia da ordem pública", diz trecho da decisão de Rafael Slomp. O magistrado se refere a Jayme Rincón, ex-tesoureiro do ex-governador, que foi preso cerca de R$ 900 mil em espécie.

A informação sobre a prisão foi confirmada pela assessoria de Perillo e pelo seu advogado, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay. De acordo com o advogado, 'não há absolutamente nenhum fato novo que justifique o decreto do ex-governador Marconi Perillo, principalmente pelas mencionadas decisões anteriores que já afastaram a necessidade de prisão neste momento'.

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No pedido de prisão de Perillo, a Procuradoria afirma que Perillo 'montou e mantêm' uma sofisticada 'rede de lavagem de dinheiro, formada por empresas parceiras para ocultar a origem da propina recebida, não só, da Odebrecht'.

Os valores movimentados pelo grupo, diz o Ministéro Público Federal, seriam utilizados para "comprar o apoio político de 66 candidatos aliados, na forma de financiamento fraudulentamente dissimulado como oficial de suas respectivas campanhas eleitorais".

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