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Preso, Perillo depõe e nega crimes

Ex-governador de Goiás, candidato derrotado ao Senado pelo PSDB, foi citado por delatores da Odebrecht como suposto beneficiário de repasses que somaram R$ 10 milhões, nas campanhas de 2010 e 2014

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Por Luiz Vassallo e Fabio Serapião/BRASÍLIA
Atualização:

Marcone Perillo. Foto: Nilton Fukuda/Estadão

Após ser preso nesta quarta-feira, 10, o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) prestou depoimento em que negou a prática de crimes à Polícia Federal. O tucano foi preso ao chegar na superintendência da PF, em Goiânia, para prestar depoimento sobre as acusações de delatores da Odebrecht Fernando Reis e Alexandre Barradas. Em suas delações, eles citaram repasses de R$ 10 milhões a Perillo - R$ 2 milhões na eleição de 2010 e R$ 8 milhões em 2014.

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DECISÃO

O tucano é investigado na operação Cash Delivery e já havia sido alvo de busca e apreensão na sexta-feira, 28. Em 28 de setembro, Perillo foi alvo de busca e apreensão. Jayme Rincón, ex-tesoureiro de Perillo e coordenador da campanha ao governo do Estado de José Eliton (PSDB) - aliado do tucano e que busca a reeleição -, foi preso pela PF na ocasião com R$ 900 mil.

Segundo seu advogado Antonio Carlos de Almeida Castro Kakay, 'Marconi Perillo prestou longo depoimento enfrentando absolutamente todos os pontos que a Polícia Federal indagou'.

"Ele estava na sede da PF para prestar depoimento quando foi surpreendido com o decreto de prisão. Nenhum fato novo surgiu que justificasse esta prisão. A Policia Federal agiu com serenidade e profissionalismo e os direitos do Marconi foram preservados", afirmou.

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A defesa confirmou que o ex-governador 'se encontra na sede da Polícia Federal. "Mesmo considerando injusta a prisão, ele resolveu prosseguir no depoimento pois tem certeza de que não praticou nenhum ato ilícito. Entende a defesa tecnica que tudo foi satisfatoriamente esclarecido".

"É evidente que toda e qualquer pessoa pode ser investigada, ninguém esta acima da lei, mas a prisão por fatos pretensamente ocorridos em 2010 e 2014 é teratológica, não encontra amparo na jurisprudência do Supremo Tribunal. Vivemos um momento punitivo e de criminalização da atividade política. Esta tensão desnecessária não faz bem para a estabilidade democrática", sustenta a defesa.

O advogado faz referência ao Tribunal Regional Federal da 1.ª Região (TRF-1). "Assim como o TRF já concedeu liberdade a outros investigados, afastando o equivocado argumento de necessidade de prisão nesse momento, a defesa acredita na altivez e independência do tribunal, para que a Justiça seja resgatada."

 

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