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No dia da prisão, mulher de Milton Ribeiro disse que ele 'estava sabendo' de operação: 'Pra ter rumores do alto é porque o negócio já estava certo'

Delegado acredita que ex-ministro tenha sido informado com antecedência sobre a possibilidade de uma operação

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Por Fausto Macedo , Rayssa Motta , Pepita Ortega e Julia Affonso
Atualização:

Milton Ribeiro ligou para mulher quando ainda estava preso. Foto: Reprodução/Instagram

Logo após a prisão do ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, na Operação Acesso Pago, a mulher dele disse que ele "já estava sabendo" que seria alvo da Polícia Federal (PF).

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"Ele estava, no fundo, ele não queria acreditar, mas ele estava sabendo. Eu falei: 'Pra ter rumores do alto é porque o negócio já estava certo'", afirma Myrian Ribeiro ao comentar a prisão do marido em ligação interceptada pelos investigadores. O interlocutor foi identificado apenas como "Edu".

Em manifestação enviada à Justiça Federal, a PF diz que a declaração "leva a crer" que o ex-ministro havia sido informado com antecedência sobre a possibilidade de uma operação.

 Foto: Estadão

O documento menciona ainda outra conversa grampeada, entre Milton Ribeiro e a filha, em que o ex-ministro diz ter recebido um alerta do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre a possibilidade da Polícia Federal abrir buscas contra ele.

"Ele acha que vão fazer uma busca e apreensão em casa", relata. Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos na quarta-feira, 22, na operação que chegou a prender Milton Ribeiro e os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura. Eles foram liberados após conseguirem habeas corpus para aguardar as investigações em liberdade.

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Após a soltura de Milton Ribeiro, por ordem do desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1.ª Região, em Brasília, Calandrini passou mensagem interna na corporação em que afirma que o ex-ministro da Educação foi tratado com "honrarias" na sede da PF em São Paulo. O delegado denunciou ter havido "interferência" em favor do ex-ministro.

O inquérito, que havia sido transferido para a Justiça Federal em Brasília depois que Milton Ribeiro deixou o cargo em março e perdeu o foro privilegiado, foi enviado de volta ao Supremo Tribunal Federal (STF) diante das suspeitas de violação de sigilo e favorecimento pessoal.

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