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Lewandowski quer palavra da PGR sobre pedido de inquérito contra Heleno e Ramagem

Notícia-crime protocolada pela deputada Natália Bonavides (PT-RN) cobra investigação sobre a participação do ministro e do diretor da Abin em reunião com a defesa de Flávio Bolsonaro

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Por Paulo Roberto Netto
Atualização:

O ministro Ricardo Lewandowski encaminhou para a Procuradoria-Geral da República notícia-crime apresentada pela deputada federal Natália Bonavides (PT-RN) contra o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, e o diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem.

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A petista pede que seja aberto um inquérito para apurar supostos crimes de advocacia administrativa e tráfico de influência em reunião de Heleno e Ramagem com a defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos), investigado por suposto esquema de 'rachadinha'.

Em despacho, Lewandowski pede para a PGR se manifestar sobre a representação. A movimentação é praxe e serve para a Procuradoria emitir um parecer se a notícia-crime leva à abertura de, ao menos, uma apuração preliminar ou se é o caso de arquivamento.

O encontro fora da agenda foi revelado pelo jornalista Guilherme Amado, da revista Época, e confirmado pelo Estadão. A reunião teria feita em agosto no Palácio do Planalto, e também contou com a presença do presidente Jair Bolsonaro e as advogadas Luciana Pires e Juliana Bierrenbach, que defendem Flávio.

A discussão girou em torno de uma estratégia da defesa para anular a investigação sobre 'rachadinhas' conduzida pelo Ministério Público mediante tese jurídica de que informações presentes no relatório que identificou as transações suspeitas de Queiroz e deu início às investigações foram colhidas de forma ilegal. No final de outubro, a defesa de Flávio apresentou notícia-crime à PGR pedindo a abertura de investigação sobre suposto acesso ilegal de informações por servidores da Receita.

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O ministro Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional, durante cerimônia de hasteamento da bandeira em Brasília. Foto: Dida Sampaio / Estadão

Ao Supremo, Bonavides afirmou que a situação é de 'possível uso de instituições de Estado para produção de provas em favor do filho do presidente da República'.

"É possível que estejamos diante de uma delinquência contumaz que só será interrompida quando os responsáveis por condutas criminosas e ilegais como essas sejam punidas", afirmou a petista. "Por isso, é imprescindível que sejam apurados os fatos trazidos à tona pela revista para que seja frustrado o aparelhamento das instituições para a defesa do filho do presidente da República".

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