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Juiz dá bronca em doleira Nelma que se exibiu tirando a tornozeleira

Para Danilo Pereira Júnior, da Vara de Execuções Penais de Curitiba, conduta de ré da Lava Jato, que se livrou do monitoramento após receber indulto, é 'comportamento antiético'

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Por Ricardo Galhardo e Luiz Vassallo
Atualização:

Reprodução/Instagram Foto: Estadão

O juiz da Vara de Execuções Penais de Curitiba, Danilo Pereira Júnior, repreendeu a doleira Nelma Kodama, por publicar vídeo em que retira sua tornozeleira eletrônica no Instagram. Ela teve a pena de 15 anos de prisão decretada na Operação Lava Jato extinta, graças ao indulto natalino concedido no final de 2017 pelo ex-presidente, Michel Temer.

Nelma tem publicado fotos de sua tornozeleira na rede social. Em uma delas, veste um vestido vermelho, e está na ponta dos pés - ao lado, um sapado Chanel. 

Ela também publicou foto da retirada do equipamento. Seus amigos e seguidores comentaram. "Amém senhor", disse um deles. "Eita: agora ninguém segura", prevê outro. 

Reprodução/Instagram 

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Após a publicação, o magistrado da 12.ª Vara Federal do Paraná afirmou que, com 'a divulgação de vídeo retratando o rompimento do lacre da tornozeleira eletrônica, Nelma presta um desserviço à sociedade brasileira'.

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"A atitude, longe de perpassar pela liberdade de expressão, a todos assegurada constitucionalmente, configura inegável comportamento antiético e ofensivo à dignidade de justiça", anotou.

Segundo ele, 'cabe lembrar que, embora extinta a sua pena privativa liberdade, a executada permanece vinculada aos termos do seu acordo de colaboração premiada, sendo imprescindível que mantenha conduta compatível com seu status de colaboradora'.

A doleira foi presa no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos/Cumbica, na madrugada de 15 de março de 2014, quando tentava embarcar para Milão com 200 mil euros escondidos na calcinha.

Entre suas emblemáticas aparições, está um depoimento à CPI da Petrobrás em 2015, em que cantarolou trecho de Amada Amante, sucesso do Rei Roberto Carlos em 1971 para explicar como era sua relação com o doleiro Alberto Youssef.

"Sob meu ponto de vista, eu vivi maritalmente com Alberto Youssef do ano de 2000 a 2009. Amante é uma palavra que engloba tudo, né? Amante é esposa, amante é amiga", disse. "Tem até uma música do Roberto Carlos: a amada amante, a amada amante. Não é verdade? Quer coisa mais bonita que ser amante? Você ter uma amante que você pode contar com ela, ser amiga dela.", disse, durante o depoimento.

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Em seguida, a doleira cantou 'Amada Amante'.

COM A PALAVRA, A DEFESA

A reportagem não localizou a defesa.

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