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Flávio tira ex-assessora de diretório do PSL no Rio

Irmã de policiais presos em operação, tesoureira Valdenice de Oliveira Meliga deixa o cargo

Por Fabio Grellet , Constança Rezende e RIO
Atualização:

Senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). FOTO: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO  

Em meio à crise causada pelas denúncias envolvendo seu ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz, o senador e presidente do PSL do Rio, Flávio Bolsonaro, promoveu mudanças na composição do diretório estadual do partido. Contestado pela bancada , o filho de Jair Bolsonaro (PSL) cedeu espaço a deputados estaduais e federal recém-eleitos.

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Uma das quatro mudanças anunciadas foi a saída da tesoureira Valdenice de Oliveira Meliga, que também foi sua assessora parlamentar enquanto era ele deputado estadual. Ela deixou o cargo quase sete meses após a prisão de seus irmãos gêmeos Alan e Alex Rodrigues de Oliveira, policiais militares detidos durante operação contra uma quadrilha especializada em extorsões.

Valdenice foi substituída por Anderson Moraes, deputado estadual em primeiro mandato, com base eleitoral em Nova Iguaçu (Região Metropolitana do Rio), e empresário, de 38 anos.

Foto publicada no Instagram de Flávio Bolsonaro, em que ele aparece com os irmãos Alan, Valdenice e Alex Rodrigues de Oliveira e com Jair Bolsonaro Foto: INSTAGRAM FLÁVIO BOLSONARO

A função de secretária-geral deixou de ser ocupada por Lidia Cristina dos Santos Cunha e foi assumida por Alana Passos, outra deputada estadual em primeiro mandato. Sargento paraquedista do Exército, ela foi a parlamentar mais votada na atual legislatura da Assembleia do Rio, com 106 mil votos.

Além disso, o PSL promoveu dois rebaixamentos: Juraci Passos dos Reis passou de primeiro-secretário a suplente da comissão executiva. O assessor de imprensa Waldir Luiz Ferraz, que trabalha há década com Jair Bolsonaro, também passou a ser suplente de comissão executiva.

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Em nota, Flávio disse que as trocas foram realizadas para "privilegiar quadros políticos do partido, alinhados às bandeiras da família Bolsonaro, e iniciar o trabalho de estruturação e planejamento dos diretórios municipais visando às eleições de 2020".

Irmãos presos. Os dois PMs irmãos de Valdenice Meliga foram presos em 30 de agosto de 2018, durante a segunda fase da Operação Quarto Elemento. Segundo o Ministério Público, o grupo identificava pessoas que tinham renda considerável e praticavam crimes ou irregularidades administrativas, e realizava batidas policiais para flagrá-los cometendo essas condutas.

Depois, em vez de oficializar a acusação, a quadrilha exigia dinheiro para não prender os infratores nem apreender suas mercadorias, quando fosse o caso.

De acordo com a denúncia, o bando chegou a agredir fisicamente as vítimas. A investigação identificou extorsão de comerciantes em situação irregular, vendedores de mercadorias piratas e donos de postos de gasolina, de bingos e de veículos clonados.

Quando o Estado divulgou, em setembro, que Valdenice é irmã dos dois policiais militares presos e que esses PMs frequentavam atividades da campanha de Flávio para senador, o parlamentar afirmou não ter vínculos com os presos.

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"Eles são irmãos da Valdenice, que é um dos pilares do nosso trabalho de política aqui no Rio. Mas os irmãos dela não trabalham comigo. De vez em quando aparecem (nas agendas), mas não têm vínculo nenhum comigo", disse. "O Alan e o Alex não têm nada a ver comigo, são simpatizantes", completou.

Na ocasião, Valdenice disse que seus irmãos não trabalhavam para a campanha de Flávio, mas atuavam como "voluntários" quando estavam de folga em seu serviço na Polícia Militar. "Sim, eles aparecem nos vídeos. Eles acompanham, como não vão aparecer? Eles acompanham em alguns momentos, quando estão de folga", afirmou a então assessora e tesoureira.

Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro (PSL) Foto: Reprodução/SBT

Movimentações atípicas. Já Fabrício Queiroz é investigado pelo Ministério Público do Estado do Rio por ter movimentado R$ 1,2 milhão, entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, em sua conta bancária. A "movimentação atípica" foi identificada pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão do governo federal.

Convidado pelo MP-RJ quatro vezes para esclarecer o caso, Queiroz não compareceu e entregou uma explicação por escrito. Ao órgão, ele admitiu contratar para o gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Estado do Rio várias pessoas que dividiam um mesmo salário.

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