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Justiça decreta prisão preventiva de ex-deputado acusado de liderar motim no Ceará

Cabo Sabino é considerado foragido e responde a crime militar por participação na greve ilegal que durou 13 dias no Estado; agentes da Polícia Militar e Civil tentam localizar o ex-parlamentar

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Por Paulo Roberto Netto
Atualização:

O ex-deputado federal Cabo Sabino (Avante-CE), que liderou o grupo de amotinados no 18º Batalhão da Polícia Militar durante a paralisação da PM no Ceará, teve a prisão preventiva decretada e se encontra foragido da Justiça.

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De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Ceará, agentes da Polícia Civil e Polícia Militar tentam localizar o ex-parlamentar desde o fim do motim. A prisão do ex-parlamentar foi determinada pela comarca de Fortaleza da Auditoria Militar do Ceará. Ele é acusado de crime militar por liderar o motim em processo que corre sob sigilo.

Cabo Sabino foi um dos militares afastados por 120 dias pelo governo e apontado como um dos responsáveis pelo motim no 18º Batalhão. Durante a paralisação, o ex-parlamentar começou a responder a processo no Conselho Disciplinar, cuja punição máxima pode ser a expulsão da corporação.

Após os amotinados aceitarem acordo com os três Poderes no último domingo, 1º, Sabino declarou que os militares haviam 'assinado' a sua demissão.

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O ex-deputado federal Cabo Sabino, durante sessão na Câmara dos Deputados, em Brasília, em 2015. Foto: Gustavo Lima / Câmara dos Deputados

A proposta previa direito dos policiais a responderem a um processo legal sem perseguição, com amplo direito a defesa e ao contraditório, reajuste salarial escalonado até 2022 dentro dos termos já discutidos na Assembleia Legislativa, e a garantia que o governo não transferiria nenhum dos policiais para trabalhos no interior pelos próximos 60 dias.

A anistia pelo motim, no entanto, ficou de fora.

A paralisação dos militares disparou o número de homicídios no Ceará, tornando o mês de fevereiro o mais violento do Estado em cinco anos. Foram registrados 386 homicídios, número que pode ser ainda maior que o balanço ainda não está fechado. No ano passado, foram registradas 164 mortes violentas. Em 2014, foram 394 crimes do gênero.

Após a greve, o Procurador-geral de Justiça Manuel Pinheiro informou que uma comissão especial formada por representantes da Ordem dos Advogados do Brasil, Ministério Público Federal e Estadual, e Defensoria Pública iriam atuar mediando as reivindicações dos militares e acompanhar seus processos administrativos. Os casos mais graves serão punidos com expulsão.

COM A PALAVRA, CABO SABINOA reportagem busca contato com o ex-deputado federal Cabo Sabino. O espaço está aberto a manifestações (paulo.netto@estadao.com)

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