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Deltan apela ao STF contra ofensiva por sua exclusão da Lava Jato

Líder da força-tarefa da operação em Curitiba busca na Corte máxima travar ações disciplinares movidas por Renan Calheiros (MDB-AL) e Kátia Abreu (PP-TO) que questionam sua conduta

Por Paulo Roberto Netto
Atualização:

O procurador da República Deltan Dallagnol, líder da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para travar dois processos do Conselho Nacional do Ministério Público que podem tirá-lo da operação. As ações estão previstas para serem julgadas na terça-feira, 18, e miram a conduta de Dallagnol em relação à publicação nas redes sociais e supostas atitudes de promoção pessoal.

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Os dois processos disciplinares foram apresentados pelos senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Katia Abreu (PP-TO). Enquanto Calheiros acusa Deltan de tentar influenciar as eleições para a presidência do Senado no ano passado ao publicar tuítes críticos ao emedebistas, Katia Abreu questionou o acordo firmado pela Lava Jato Paraná com a Petrobrás para destinar R$ 2,5 bilhões recuperados pela operação e que seriam geridos por uma fundação dos procuradores.

Ambos os casos foram pautados para a sessão de terça, 18. Ao recorrer ao Supremo, Deltan alega que não tem outra alternativa e pede que a Corte trave o julgamento dos casos e, 'no mérito, seja determinado o seu trancamento, diante dos diversos vícios que o contaminam'.

O chefe da Lava Jato Paraná afirma que suas declarações sobre as eleições do Senado, em 2019, 'apenas relatou um fato objetivo' e 'agrega uma análise de cenário sobre o futuro das reformas anticorrupção'. À época, Deltan afirmou que, caso Renan Calheiros fosse eleito para comandar a Casa, 'dificilmente veremos uma reforma contra a corrupção aprovada'. O procurador ainda destacou que o emedebista tinha 'várias investigações por corrupção e lavagem de dinheiro'.

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O procurador da República Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, durante evento promovido pelo 'Estado'. Foto: Felipe Rau / Estadão

"Chega, de outro ângulo, a ser pueril a assertiva de que os comentários do sindicado teriam tido força suficiente para influenciar ou determinar uma eleição para a Presidência do Senado da República, instituição em que a articulação política, feita por homens públicos experimentados, dá-se por meio de alianças complexas, e não em razão de simples comentários de terceiros proferidos em redes sociais", afirmou a defesa de Deltan.

O julgamento dos processos contra Deltan está agendado para o próximo dia 18 e o grupo favorável ao afastamento do procurador já conta com ao menos seis dos 11 votos do Conselhão. A estratégia é evitar um pedido de vista, que adiria a análise do caso, e aprovar já em caráter liminar a saída de Deltan da Lava Jato.

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