
A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) e a Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (Fenadepol) reagiram à possibilidade de troca no comando da Polícia Federal. Segundo as entidades, 'especulações, infelizmente, prejudicam a estabilidade da Polícia Federal, a sua governança e colocam em risco a própria credibilidade na lisura dos trabalhos da instituição'.
"O problema não reside nos nomes de quem está na direção ou de quem vai ocupá-la. Mas sim, na absoluta falta de previsibilidade na gestão e institucionalidade das trocas no comando", dizem a ADPF e a Fenadepol.

O ministro da Justiça, Sérgio Moro, avisou a Jair Bolsonaro que deixará o governo caso o presidente imponha um novo nome para comandar da Polícia Federal, atualmente ocupada por Maurício Valeixo. O Estado apurou que o ministro não aceita que essa troca venha de "cima para baixo", e defende o direito de fazer a escolha.

"Episódios como o de hoje ocorreram em diversas oportunidades, desde 2019, e inúmeras vezes durante pelo menos os últimos três governos. E pode voltar a ocorrer nos próximos meses ou futuros governos", afirmam os delegados da PF.
Segundo os delegados, 'nos últimos três anos, a Polícia Federal teve três Diretores Gerais diferentes'. "A cada troca ou menção à substituição, uma crise institucional se instala, com reflexos em toda a sociedade que confia e aprova o trabalho de combate ao crime organizado e à corrupção".
"Portanto, mais do que a defesa ou repúdio de eventuais nomes, a ADPF e a Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (Fenadepol) esperam que os parlamentares e as autoridades responsáveis aprovem as propostas no Congresso Nacional que estabelecem mandato ao Diretor Geral da Polícia Federal e autonomia ao órgão. Somente tais medidas irão proteger a PF de turbulências e garantir a continuidade do trabalho de qualidade prestado ao Brasil", dizem as entidades.