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Arquiteta diz a Moro que apresentou a Marisa projeto de cozinha do sítio de Atibaia

Maria Cecília de Castro depôs nesta sexta-feira, 15, como testemunha de defesa de Fernando Bittar, proprietário do imóvel

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Por Luiz Vassallo e Victoria Abel
Atualização:

A arquiteta Maria Cecília de Castro afirmou, em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro, nesta sexta-feira, 15, ter apresentado à ex-primeira-dama Marisa Letícia o projeto para reforma da cozinha do sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP). Arrolada como testemunha de defesa de Fernando Bittar, proprietário do imóvel, ela disse que o projeto não foi executado porque Marisa não teria gostado. A arquiteta afirmou ter sido paga por Fernando Bittar pelo projeto.

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De acordo com Maria Cecília, Fernando e Lilian Bittar a chamaram em 2013 porque havia 'um problema na fossa' que estaria causando 'mau cheiro' no sítio. "Eu fui lá dar uma olhada nisso".

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Em seguida, ela diz ter recebido outra solicitação do casal. "Queriam ampliar a cozinha, fazer uma mais moderna, fechada, dentro da casa. Uma cozinha mais moderna para a sala do jantar. Fiz um estudo para isso, mas o projeto não deu seguimento".

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Para o estudo da cozinha, Maria afirma que o Fernando e Lilian queriam 'mais pessoas dando palpite' no projeto. "Ele pediu para ter uma reunião com a tia dele para ela também dar palpite".

"Quando eu cheguei lá e encontrei com ele, ele ia apresentar e falou: Fernanda, vou te avisar que minha tia era a dona Marisa. Eu falei: ah, não sabia disso".

"Apresentei, ela [Marisa] entendeu o que eu tava falando. Na verdade, ia ficar o projeto não exatamente como ela gostaria porque ia ter um pilar no meio da sala, ia ficar uma coisa meio estranha que ela não gostou muito. E eu falei pra ela: para ficar bom, a gente teria que reformar o telhado da casa", concluiu.

O caso envolvendo o sítio representa a terceira denúncia contra Lula no âmbito da Operação Lava Jato. Segundo a acusação, a Odebrecht, a OAS e também a empreiteira Schahin, com o pecuarista José Carlos Bumlai, gastaram R$ 1,02 milhão em obras de melhorias no sítio em troca de contratos com a Petrobrás. A denúncia inclui ao todo 13 acusados, entre eles executivos da empreiteira e aliados do ex-presidente, até seu compadre, o advogado Roberto Teixeira.

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O imóvel foi comprado no final de 2010, quando Lula deixava a Presidência, e está registrado em nome de dois sócios dos filhos do ex-presidente, Fernando Bittar - filho do amigo e ex-prefeito petista de Campinas Jacó Bittar - e Jonas Suassuna. A Lava Jato sustenta que o sítio é de Lula, que nega.

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"A testemunha informou que Fernando Bittar pediu e pagou pelo trabalho da arquiteta, deixando evidente, uma vez mais, que ele é o proprietário do sítio, como consta no Cartório de Registro de Imóveis".

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