PUBLICIDADE

Vídeo é manipulado para parecer que Lula falou em comprar votos de baianos

Na verdade, ex-presidente falou em entrevista que era preciso estimular o consumo entre mais pobres para recuperar economia

Por Alessandra Monnerat
Atualização:

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva Foto: Helvio Romero/Estadão

Um vídeo de uma entrevista do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi editado de modo a dar a entender que o petista disse ser possível comprar o voto de baianos com apenas R$ 10. Na verdade, Lula estava falando que, para recuperar a economia, é preciso estimular o consumo. "Você dá R$ 10 para o pobre, ele vira consumidor. Você dá R$ 10 milhões para o rico, ele deixa na conta bancária", disse.

O vídeo manipulado tem apenas 45 segundos e foi retirado de uma entrevista de mais de 47 minutos, concedida à Rádio Metrópole, de Salvador, em 18 de agosto de 2017. A fala retirada de contexto de Lula é dita perto da marca de 46 minutos (veja abaixo). Segundo a ferramenta de fact-checking do Facebook, o clipe editado teve mais de 30 mil compartilhamentos nas últimas 24 horas.

PUBLICIDADE

Outras frases do ex-presidente da mesma entrevista também são editadas de maneira a ganharem outro significado. Por exemplo, Lula diz hipoteticamente em pegar "R$ 100 bilhões da nossa reserva" para investir em infraestrutura e estimular a economia. No vídeo manipulado, a fala parece demonstrar uma intenção do petista de desviar esse valor. 

Essa desinformação também tinha circulado em uma imagem, que no ano passado foi desmentida pelo jornal O Tempo.

Os ataques a Lula relacionados ao Nordeste ganharam impulso nos últimos dias. Na sexta-feira, 19, o presidente Jair Bolsonaro disse durante café da manhã com correspondentes estrangeiros: "Daqueles governadores de 'paraíba', o pior é o do Maranhão. Não tem que ter nada para esse cara". A fala foi criticada pelo governador maranhense, Flávio Dino, que entendeu que a palavra "paraíba" foi usada de forma pejorativa. 

Este conteúdo foi selecionado para checagem por meio da parceria entre Estadão Verifica e Facebook. Para sugerir outras verificações, envie uma mensagem por WhatsApp ao número (11) 99263-7900.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.