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Filme de 1963 chamado 'A Variante Ômicron' não existe

Cartaz que circula nas redes sociais foi manipulado para incluir nome da cepa de covid-19; na realidade, o pôster é do longa 'Fase IV: Destruição', ficção científica sobre a guerra de humanos contra formigas

Por Alessandra Monnerat
Atualização:

É falso que exista um filme de 1963 chamado A Variante Ômicron. Circula nas redes sociais o suposto cartaz de um longa que teria previsto o surgimento da nova cepa de covid-19. A imagem, na realidade, foi manipulada a partir do pôster de um filme chamado Fase IV: Destruição, de 1974.

 Foto: Estadão

Para encontrar o cartaz original, usamos a ferramenta de busca reversa de imagens do Google (veja como usar aqui). Os resultados são de blogs sobre cinema em espanhol (1, 2) que falam a respeito do filme de 1974, dirigido pelo designer americano Saul Bass. Veja abaixo.

Cartaz em blog sobre cinema. Foto: Reprodução/Blog Abandomoviez

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O longa nada tem a ver com vírus ou variantes. Segundo a página do filme no IMDb (uma base de dados sobre obras cinematográficas), a ameaça à humanidade da vez eram formigas. Os insetos formaram uma inteligência coletiva e passaram a travar uma guerra contra os humanos. Coube a dois cientistas e uma garota a missão de destruir as formigas.  

A tagline do filme é "O dia em que a Terra se tornou um cemitério", assim como aparece no cartaz compartilhado nas redes. Também é verdade que o longa ganhou um prêmio do Festival de Ficção Científica de Trieste, na Itália

O Estadão Verifica buscou no IMDb por filmes que tivessem o nome Ômicron. O único resultado encontrado foi Omicron, o Agente do Espaço, de 1963, dirigido pelo italiano Ugo Gregoretti. 

Trata-se de uma comédia de ficção científica -- segundo o IMDb, é a história de um alienígena que invade o corpo de um terráqueo para aprender mais sobre a raça humana e tomar conta do planeta. Não há menção a variantes, vírus ou à pandemia de covid-19.

O nome utilizado para batizar a cepa de covid-19 é uma letra grega -- assim como o nome de variantes anteriores, como a Delta. Portanto, é normal que esses termos apareçam em obras culturais anteriores à pandemia. Veja o que sabemos até agora sobre a cepa Ômicron da covid-19.

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