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É falso que UTIs no Rio tenham sido fechadas por falta de pacientes de covid-19

Hospitais negaram que tenham interrompido atendimento de pessoas infectadas com novo coronavírus

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Por Redação
Atualização:

Em um momento em que o Brasil ultrapassa 34 mil mortes registradas em decorrência da doença causada pelo novo coronavírus, circula no Facebook um boato que afirma que três hospitais da cidade do Rio de Janeiro interromperam o atendimento de covid-19 nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) por falta de pacientes. A alegação é falsa.

 Foto: Reprodução/Facebook

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Os hospitais particulares São Lucas, em Copacabana, na Zona Sul, e o Vitória Barra, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste da capital fluminense, esclareceram que a publicação que viralizou nas redes sociais não é verdadeira e que as UTIs continuam funcionando. 

https://www.facebook.com/saolucascopacabana/photos/a.872899342766245/3296160497106772/?type=3

Também citado no boato e procurado pelo Estadão Verifica, o Hospital Naval Marcílio Dias, no bairro Lins de Vasconcelos, na Zona Norte, informou que durante a pandemia a unidade está prestando atendimento médico de média e alta complexidade a todos os militares da ativa, veteranos, dependentes e pensionistas.

A informação falsa foi publicada no Facebook por um perfil do Rio de Janeiro, que depois apagou a postagem.

Em nota, a assessoria do São Lucas confirmou que a unidade adotou um plano de contingência que estabelece rotas alternativas de atendimento, caso o volume de pacientes com a doença aumente ou diminua. 

O hospital Vitória Barra explicou que está realizando uma manutenção preventiva em um dos setores que antes era destinado exclusivamente aos pacientes de covid-19. A intervenção, porém, não implica em desativação de leitos hospitalares, como circula na internet. 

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Sobre a quantidade de pacientes com a doença internados na unidade da Barra, a nota afirma que "não informamos porque são números que mudam diariamente e além de leitos em operação, temos leitos que podem ser expandidos a qualquer momento, conforme demanda e integração com os demais hospitais da rede".

Leitos públicos de UTI ocupados no RJ

Pacientes que apresentam sintomas da covid-19 e dependem do Sistema Único de Saúde (SUS) enfrentam fila para atendimento no Rio. Segundo um levantamento feito pela Defensoria Pública do Rio e publicado pelo portal G1, familiares de pessoas infectadas pelo novo coronavírus enfrentam dificuldade para internação e precisam entrar na Justiça. De acordo com a Defensoria, no mês de maio, 19 casos não tiveram ordem judicial de internação cumprida.

A Prefeitura do Rio divulgou nesta sexta-feira, 5, que a taxa de ocupação de leitos de UTI para covid-19 na rede SUS no município é de 90%. Já a taxa de ocupação nos leitos de enfermaria para pacientes com suspeita da doença é de 54%.

CONTiNUA APÓS PUBLICIDADE

A capital fluminense está em reabertura gradual da quarentena desde a última terça-feira, 2. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) afirma que ainda não se deve relaxar o isolamento social no Rio.

Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.

Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook  é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas:  apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.

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