PUBLICIDADE

Auditoria em urnas apreendidas no Paraná concluiu que não houve fraude

Mais um boato sobre suposta fraude circula no WhatsApp com alegações falsas

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:
 

checagem abaixo foi publicada pelo Projeto Comprova. A verificação foi realizada por uma equipe de jornalistas de O Povo e Bandnews FM. Outras redações concordaram com a checagem, no processo conhecido como "crosscheck".

PUBLICIDADE

Projeto Comprova é uma coalizão de 24 veículos de mídia com o objetivo de combater a desinformação durante o período eleitoral. Você pode sugerir checagens por meio do número de WhatsApp (11) 97795-0022.

Mensagem que circula no WhatsApp sobre comprovação de fraude nas urnas que foram apreendidas em Curitiba no dia 7 de outubro, no primeiro turno das eleições, é falsa. A auditoria de tais urnas - que foi determinada pelo corregedor regional eleitoral, desembargador Gilberto Ferreira, atendendo a pedido de comissão provisória do PSL -, ainda não havia sido realizada quando o boato começou a circular. O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) realizou a auditoria no dia 19 de outubro e descartou a fraude.

Para verificar o áudio, o Comprova entrou em contato com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e com o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), que informaram que nesta quinta-feira, 18, às 14 horas, foi realizada uma audiência pública para instalar a auditoria das urnas da 1ª Zona Eleitoral de Curitiba pertencentes às seções 654, 655, 664 e 674; da 178ª Zona Eleitoral de Curitiba, a urna pertencente à seção 114; e da 9ª Zona Eleitoral de Campo Largo, a pertencente à seção 292.

A auditoria aconteceu na sexta-feira, 19 de outubro, na sede do TRE-PR. Na ocasião, os auditores responderam "a uma pergunta muito simples: os problemas apontados pelos eleitores foram decorrentes de algum tipo de fraude visando modificar a intenção do voto?", explicou Ferreira. O resultado da auditoria saiu no mesmo dia: "Não há indícios de qualquer fraude no sistema ou no funcionamento das urnas".

O áudio falso de mais de cinco minutos tem sido compartilhado acompanhado do texto: "As provas foram entregues ao Delegado Franschini (sic) é a cúpula do PSL. Coisa de derrubar a República... Os militares estão (a ala esmagadora que apoia Bolsonaro) cientes. Rosa Weber já sabe. Temer já sabe. Villas Boas já sabe. Jungleman (sic) já sabe! A coisa tá pegando...". Segundo a gravação, "(a eleição) foi fraudada, já está comprovado, o TSE não quer fazer a impugnação das urnas, que é o correto pela Justiça".

A menção ao deputado federal Delegado Francischini (PSL-PR) é decorrente do pedido realizado pelo parlamentar, através da comissão provisória do PSL, para a realização das auditorias nas urnas, sob o argumento de que vários eleitores relataram que não conseguiram confirmar o voto para presidente da República nas urnas. O deputado anunciou a realização da auditoria na sua página do Facebook no último dia 15, mas não mencionou qualquer conclusão do processo.

Publicidade

Já a afirmação de que autoridades como Rosa Weber, presidente do TSE; Michel Temer (MDB), presidente da República; Eduardo Villas Boas, comandante do Exército Brasileiro; e Raul Jungmann, ministro da Segurança Pública, sabiam da "fraude" é inadequada, já que ela não foi confirmada. Por meio de nota, o TSE afirmou que "trata-se de mais um conteúdo falso" e que, "nos 22 anos de urnas eletrônicas, não há qualquer comprovação de fraudes relacionadas a esses equipamentos".

A gravação dizia ainda que "a cada não sei quantos votos eram votos mandados para a chapa do Haddad (sic)" e que a fraude estaria no código-fonte das urnas. Sobre isso, a nota do TSE esclareceu que "todas as urnas utilizam os mesmos sistemas, os quais são criptografados e assinados digitalmente. O código-fonte dos sistemas eleitorais ficou disponível para auditoria por seis meses" e que "por esse processo de auditoria, é verificado que os votos inseridos na urna correspondem ao total por elas apurado".

A mensagem enganosa chegou ao Comprova por meio do WhatsApp.

Este post foi atualizado em 23 de outubro de 2018.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.