Uma falsa troca de mensagens, feita com intuito de difamar a jornalista Vera Magalhães, colunista do Estado, circula pelas redes sociais nesta quarta-feira, 26. A montagem foi divulgada pela página do Movimento Avança Brasil, um dos grupos que convocam a população para manifestações contra o Congresso Nacional e em defesa do presidente Jair Bolsonaro, em março.
A montagem que circula nas redes mostra um falso diálogo entre a jornalista e o ex-presidente . Alguém se valeu desse fato para inventar que o comentário do ex-presidente teria sido incentivado por Vera, o que não ocorreu. Aliados de Bolsonaro ajudaram a espalhar a falsidade com o objetivo de atacar a credibilidade da jornalista e procurar reduzir o desgaste do presidente no episódio.
Além de ser alvo da montagem, Vera foi atacada nas redes sociais por diversos perfis de simpatizantes de Bolsonaro, entre eles a deputada federal Alê Silva (PSL-MG). Além das mensagens fraudadas, circulou pelas redes uma cobrança de 2015 do colégio onde estudam os filhos de Vera, expondo, dessa forma, a família da jornalista.
Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.
Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.