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Bastidores da política e da economia, com Julia Lindner e Gustavo Côrtes

Pandemia arrefece, mas economia já castiga Bolsonaro, indica pesquisa

Por Matheus Lara e Alberto Bombig
Atualização:

O avanço da vacinação no País e o consequente arrefecimento da pandemia trouxeram más notícias para Jair Bolsonaro, diferentemente do que muitos imaginavam: os brasileiros agora voltam suas aflições para a inflação, o desemprego e seus perversos derivados.

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Segundo a mais recente pesquisa Genial/Quaest, antecipada com exclusividade para a Coluna, a economia já é o principal problema para 21% dos entrevistados, atrás apenas da saúde, 28%. O pessimismo aumentou sete pontos porcentuais: 32% acham que o cenário econômico vai piorar.

Fase... A avaliação de Bolsonaro também segue tendência desfavorável para o presidente: 48% têm opinião negativa sobre o governo, quatro pontos porcentuais a mais do que na rodada anterior da pesquisa.

...ruim. A situação de Bolsonaro piorou em todas as regiões do País e em todos os segmentos, inclusive entre os evangélicos. A pesquisa de setembro da Genial/Quaest será divulgada nesta quarta-feira, 1.º, e estará disponível neste link a partir das 8h.

Pressa. O levantamento também não traz boas notícias para o centro. Os nomes testados seguem padecendo com o desconhecimento ou mantêm alta rejeição, como os de João Doria (PSDB) e Ciro Gomes (PDT). Lula se mantém na liderança dos cenários, seguido por Bolsonaro.

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Dados. A coleta dos dados da pesquisa foi realizada por meio de entrevistas face a face, com a aplicação de questionários estruturados para 2 mil pessoas em 95 municípios, entre 26 e 29 de agosto.

 Foto: Evaristo Sá/AFP

Pausa. Em pré-campanha, Lula deve adiar a viagem a Minas Gerais, prevista para este mês: recebeu convite do governo do presidente López Obrador para uma visita ao México.

Eu acredito. A despeito do momento desfavorável, Bolsonaro mostrou que ainda tem cartas na mão e fichas na mesa ao brecar o manifesto da Fiesp e rachar a Febraban. No entorno de Ciro Nogueira (Casa Civil), o sentimento destoa do cenário das pesquisas: é de otimismo. A leitura é de que a economia vai se assentar em 2022 e Bolsonaro se recuperará.

SINAIS PARTICULARES. Jair Bolsonaro, presidente da República. Ilustração: Kleber Sales/Estadão  

Problema... O Ministério da Saúde reabasteceu parcialmente o estoque de apenas cinco dos 42 remédios de alto custo que estão em falta ou em baixa quantidade na saúde pública paulista. A Coluna revelou na semana passada que São Paulo teve um rombo de R$ 33 milhões em ações da Justiça de pacientes que cobram a falta dos medicamentos.

...persiste. De acordo com o governo do Estado, o caso mais sensível é o desabastecimento de Desatinibe, usado no tratamento de pessoas com leucemia. Ontem chegaram 6,6 mil comprimidos, o suficiente para suprir a demanda do Estado por apenas 14 dias. O Ministério não respondeu aos questionamentos da Coluna sobre o problema.

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CLICK. João Doria recebeu atletas olímpicos durante homenagem no Palácio dos Bandeirantes.  

Impasse. Ruídos entre autoridades municipais de São Paulo e os organizadores do ato contra Bolsonaro no Vale do Anhangabaú marcaram as últimas reuniões de preparação do protesto do 7 de Setembro.

Impasse 2. A mobilização será o primeiro grande ato no local após a assinatura da concessão do Vale à iniciativa privada, em julho.

Se liga. Representantes foram alertados: organizadores podem ser responsabilizados em caso de depredação dos 11 quiosques, agora equipamentos privados. Esse tipo de exigência não ocorre para atos marcados em espaços públicos.

Aí não. Os organizadores se comprometeram a cumprir as exigências burocráticas para realizar o ato, mas não assinaram nenhum termo sobre os quiosques.

Leitura. "O fato de ser uma área em concessão está trazendo mais dificuldade do que outras regiões da cidade, como a praça da Sé, o Largo da Batata. Ninguém faz inventário das bancas da Avenida Paulista", diz o advogado Erick Santos, do lado dos manifestantes.

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Tome nota. A Prefeitura informou que realizou uma visita técnica ao Anhangabaú e que ajustou com organizadores dos atos "detalhes da utilização do espaço público, bom como suas responsabilidades."

Bala. Após Bolsonaro sugerir que é "idiota" quem compra feijão ao invés de um fizul, o PSOL foi ao Supremo, ontem, pedir urgência de uma decisão a respeito dos decretos de Bolsonaro sobre aquisição, posse e porte de armas de foto. Seis ADIs de cinco partidos (PSDB, PT, PSB e Rede, além do próprio PSOL) contestam os atos e estão paradas desde abril, após pedido de vistas do ministro Alexandre de Moraes.

Pegou a veia. Do criminalista Sérgio Rosenthal: "Os diuturnos ataques ao STF constituem não apenas estratégia destinada a encobrir a ausência de um debate construtivo sobre reais problemas do País, como uma tentativa de enfraquecer os Poderes da República e impor um governo de cunho autoritário".

BOMBOU NAS REDES!

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Ciro Nogueira (PP-PI), ministro da Casa Civil

"A pandemia nos impôs grandes desafios, mas o trabalho dedicado nos permite olhar para frente com otimismo, confiantes na consolidação do crescimento."

 Foto: Marcos Corrêa/Planalto
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