O Estado de São Paulo gastou desde o ano passado mais de R$ 33 milhões em medicamentos de alto custo após 2,2 mil pacientes de doenças como câncer, artrite reumatoide e transplantados irem à Justiça para cobrar a falta dos remédios na rede pública. Só no primeiro semestre deste ano foram R$ 15 milhões em ações.
O governo paulista de João Doria (PSDB) aponta o Ministério da Saúde como responsável pelo atraso e até pela falta de envio de alguns medicamentos. Hoje, 42 produtos estão em falta ou com estoque baixo. Sete medicamentos têm doses unitárias (comprimido ou ampola) com valor entre R$1,5 mil a R$5 mil.
"128 dos 300 remédios de alto custo das Farmácias Especializadas são do Ministério da Saúde. Os problemas de abastecimento representam 1/3 de todos os que deveriam ser providos pela União", informa a Secretaria de Saúde do Estado em nota à Coluna do Estadão.
O secretário Jeancarlo Gorinchteyn chegou a acionar o governo federal em julho, mas diz que ficou sem resposta e que o problema persiste. Um novo ofício foi enviado ao Ministério da Saúde na quarta, 25.
Entre os medicamentos em falta estão o Dasatinibe, utilizado por pacientes com leucemia mielóide; Sevelâmer, para doentes renais; Pramipexol, para Doença de Parkinson; e a imunoglobulina humana, para pacientes com problemas imunológicos. A lista integra ainda medicamentos usados para artrite reumatoide, doenças de Chron e Alzheimer, além de insulinas para diabéticos tipo I, entre outros.
Veja aqui o ofício da Secretaria de Saúde ao governo federal com a lista de remédios desabastecidos.
A Coluna procurou o Ministério da Saúde, mas não houve resposta até esta publicação. O espaço está aberto para manifestação.