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Bastidores da política e da economia, com Julia Lindner e Gustavo Côrtes

'Falta de apetite' eleitoral de Rodrigo Pacheco gera dúvidas na 'terceira via'

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Por Camila Turtelli , Matheus Lara e Alberto Bombig
Atualização:

 Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO

Parlamentares da "terceira via" têm se questionado quanto ao apetite de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para disputar o Palácio do Planalto. A título de comparação, enquanto Simone Tebet (MDB-MS) tomou assento na mesa demonstrando estar com fome, o presidente do Senado dá a entender que respeita severa dieta neste final de ano. Arranhado pela celeuma do orçamento secreto e engolido pelas tratativas da PEC dos Precatórios, Pacheco nem de longe lembra o firme presidente do Senado que marcou posição em defesa das instituições na crise do Sete de Setembro. A postura do senador faz fervilhar os bastidores: cada vez mais forte, o PSD é cobiçado por Lula, Sérgio Moro e João Doria.

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INTENSIVÃO. Se o embate entre os dois na discussão da PEC dos Precatórios, em que o senador subiu o tom ao ser acusado por Tebet de descumprir acordo de lideranças, tiver sido uma prévia para os debates eleitorais do ano que vem, Pacheco terá de treinar a paciência: nesse tipo de ambiente, quem apela perde a razão...

SINAIS PARTICULARES (por Kleber Sales). Rodrigo Pacheco, presidente do Senado (PSD-MG)

 

REAÇÃO. O deputado estadual Gil Diniz (sem partido) acusou o colega de Alesp Arthur do Val (Patriota) de quebra de decoro parlamentar após a confusão entre os dois noticiada pelo blog da Coluna. Na quinta, Do Val acusou Diniz de agredi-lo enquanto tentava filmar manifestantes contrários ao passaporte da vacina na Casa.

REAÇÃO 2. Em representação no Conselho de Ética da Alesp, Diniz acusa Do Val de, ao provocar os manifestantes, tentar incitá-los a reagir de forma violenta e vê reincidência, citando a votação da reforma da previdência estadual, quando Do Val chamou manifestantes de "gado" e "vagabundos". O político do Patriota também promete acionar Diniz no Conselho de Ética.

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CLICK. Daniel Silveira, deputado federal (PSL-RJ)

 Foto: Gabriela Biló/Estadão

Fora da prisão, parlamentar tem sido figura carimbada nos eventos do Planalto. Suspensão aprovada no Conselho de Ética não foi ao plenário.

NEM QUERIA MESMO. Excluído do "grupão" da esquerda formado por PT, PSB, PCdoB, PSOL e PV, o PDT negocia federação com a Rede. Mas enquanto o martelo não é batido, Carlos Lupi dá a letra de como a sigla tem visto a movimentação: "A federação é razoável para partidos ameaçados, mas em casos como PT e PSB será como uma camisa de força. O PT vai querer comandar o PSB?".

BORA? Ameaçada pela cláusula de barreira, a Rede tem "vendido" a partidos interessados em federar - PDT e PSOL - o plano para tentar eleger em nove Estados um deputado federal, pelo menos. Túlio Gadêlha, que trocará o PSOL pela sigla, será a principal aposta em Pernambuco. A Rede tenta atrair Rodrigo Agostinho (PSB-SP) e Áurea Carolina (PSOL-MG) para a empreitada.

AFINIDADES. O Cidadania decidiu se manter ao centro e conversar com o PSDB. Roberto Freire esteve com João Doria e Bruno Araújo. "Dentre as forças políticas que estão colocadas, o PSDB é hoje quem tem a maior identidade com o Cidadania. Da parte deles e da nossa, o contato está feito no sentido de que essa possibilidade (de federação) possa acontecer", disse o dirigente.

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PRESSA. O vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), quer deixar logo a legenda que agora abriga Jair Bolsonaro. Na segunda-feira, ele deve ajuizar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) uma ação para sair do partido sem perder o mandato antes mesmo da janela partidária. Como um dos argumentos do pedido ele vai usar a carta de anuência de Valdemar da Costa Neto à sua saída.

CALMA. Apesar do pedido à Justiça, Ramos ainda deve levar um tempo para se decidir e anunciar oficialmente qual será seu novo partido, o que deve acontecer por fevereiro. Ele tem sido assediado por algumas siglas desde que sinalizou sua separação, mas a que mais desponta nesse páreo é o PSD do senador e amigo próximo, Omar Aziz.

PRONTO, FALEI! Salim Mattar, empresário

 Foto: Gabriela Biló/Estadão

"Irrigar partidos com essa dinheirama (fundão) num país com tanta pobreza é inadmissível. Mandatários corporativistas estão preocupados com seus interesses."

COLABOROU GABRIELA BILÓ

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