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Deputados pedem cassação de Arthur do Val por áudio sobre refugiadas; Alesp promete rigor

Por Matheus Lara
Atualização:

Deputado estadual Arthur do Val durante live direto da Eslováquia, na fronteira com a Ucrânia. Foto: Reprodução/Canal Mamãe Falei/Youtube

Os deputados estaduais Paulo Fiorilo, Emídio de Souza e José Américo, todos do PT, e a deputada Isa Penna, do PSOL, acionaram o Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo contra o colega de Casa Arthur do Val (Podemos). Eles acusam o "Mamãe Falei" de quebra de decoro parlamentar por áudios divulgados nesta sexta, 4, e que são atribuídos ao deputado membro do MBL. 

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Em viagem à Europa para acompanhar o conflito e com o discurso de ajudar o lado atacado pela Rússia, o deputado teria enviado a amigos áudios, que ainda não tiveram autenticidade confirmada por Arthur ou pelo MBL, dizendo que as ucranianas são "fáceis porque são pobres". "Os áudios publicados são gravíssimos", diz Fiorilo.

"Vou te dizer, são fáceis, porque elas são pobres. E aqui minha carta do Instagram, cheia de inscritos, funciona demais. Não peguei ninguém, mas eu colei em duas 'minas', em dois grupos de 'mina', e é inacreditável a facilidade", teria dito Arthur.

"A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo repudia com veemência a fala do deputado Arthur do Val. O presidente, deputado Carlão Pignatari, afirma que a atitude é inaceitável e que será tratada com rigor e seriedade pelas esferas de investigação do Parlamento. A Alesp se solidariza com as mulheres, em especial às ucranianas, e reforça sua luta em defesa e proteção de todas, representadas por conquistas históricas, ações efetivas e leis em vigor", informou a Alesp em nota neste sábado, 5.

Presidente da Comissão de Relações Internacionais da Alesp, Fiorilo enviou, também neste sábado, 5, uma carta ao Consulado Geral da Ucrânia em São Paulo citando os áudios. "A sordidez dos áudios é ainda mais revoltante quando contextualizada no momento vivido pela Ucrânia e seu povo, em meio a um conflito armado, que fragiliza e vulnerabiliza suas mulheres, suas famílias e todo o seu povo."

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No Podemos, partido de Arthur, o clima é de preocupação sobre como a polêmica, mais esta, vai respingar na candidatura de Sérgio Moro. O partido instaurou processo disciplinar para apurar o caso. O ex-juiz repudiou as declarações: "O tratamento dispensado às mulheres ucranianas refugiadas e às policiais do país é inaceitável em qualquer contexto. As declarações são incompatíveis com qualquer homem público."

Atualizada às 10h10 de 5 de março de 2022.

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