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Bastidores da política e da economia, com Julia Lindner e Gustavo Côrtes

Ciro Nogueira empenha cacife político por Bolsonaro na guerra contra o STF

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Por Matheus Lara e Alberto Bombig
Atualização:

Quem conhece Ciro Nogueira de longa data não tem dúvida: o ministro colocou o que ainda resta de seu prestígio político à prova para tentar ajudar Jair Bolsonaro a sair da refrega com o STF.

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Em bom português, se Bolsonaro puxar a escada e ele ficar pendurado no pincel, como ficou recentemente Arthur Lira, Nogueira passará a cuidar apenas dos interesses de seu PP e de seu Estado (ou seja, de seu futuro eleitoral) na Casa Civil. Porém, se domar a fera, ele até cogitaria abrir mão da candidatura ao governo do Piauí para permanecer no Planalto.

Ciro Nogueira se encontrou com Luiz Fux e falou em "harmonia entre os Poderes". A meta imediata do ministro da Casa Civil seria convencer Bolsonaro a parar de ameaçar o Supremo e de atacar ministros, inclusive com palavrões.

Não será fácil. Um governista muito próximo do presidente explica que Bolsonaro pode até desistir da história de pedir o impeachment de ministros do STF. Mas não de seu "compromisso com os apoiadores" de combater a "ditadura da toga".

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Bolsonaro e Ciro Nogueira. Foto: Marcos Corrêa/Planalto

Ventríloquo. Como mostrou a Coluna em março, Bolsonaro aplica amplamente a receita do americano Steve Bannon para se manter no Planalto: ocupar o noticiário com "factoides", declarações polêmicas, ataques e bravatas. O STF, claro, não sairá tão facilmente da linha de tiro.

Ilustração: Kleber Sales/Estadão  

Estou... O ministro da Infraestrutura Tarcísio Freitas vai anunciar hoje em São Paulo a antecipação da entrega de uma reforma na pista do aeroporto de Congonhas. É a nona agenda do ministro no Estado nos últimos três meses. Pelo menos outros cinco compromissos já estão previstos para os próximos meses, de concessão de rodovias e portos a leilões na B3.

...aqui. Bolsonaro tem citado o ministro como um possível candidato ao governo do Estado em 2022. Por essas bandas, o bolsonarismo encontra dificuldade para definir um nome na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes.

CLICK. João Doria e Rodrigo Maia no Bandeirantes para definir detalhes da entrada do ex-presidente da Câmara no primeiro escalão do governo de SP: rumo a 2022.  

De olho. Defensores públicos apontam como inconstitucional a MP da minirreforma trabalhista. Para a Associação Nacional das Defensoras e dos Defensores Públicos (ANADEP), o texto alterado pela Câmara passou a representar "grave violação de direitos" ao limitar o acesso à justiça gratuita no País a pessoas com renda per capita de até meio salário mínimo.

Ponto de vista. "A proposta trouxe de modo inadvertido e perigoso gravíssimas restrições ao acesso à Justiça gratuita, sem qualquer fundamentação idônea e sem ser objeto de debate ou emenda parlamentar. E tudo isso enquanto congressistas discutiam alterações das regras trabalhistas", diz Rivana Ricarte, presidente da entidade.

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Por elas. Lideranças femininas da política participam hoje do lançamento da campanha Política de Saias, iniciativa do projeto que, entre outras medidas, dará encaminhamento a denúncias da violência política contra mulheres.

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Ação. Idealizadora da campanha, a promotora Gabriela Manssur vê como fundamental a ação da classe política no combate às violências de gênero: "As autoridades parlamentares, justamente por já estarem ocupando cargos de poder, precisam dar o exemplo para a mulher que anseie ingressar na política, sejam as eleitoras ou as eleitoráveis, proporcionarem segurança, liberdade e incentivo para a participação ativa nos debates e ações."

Ponto... O diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima, será ouvido hoje na comissão especial da Câmara que discute a criação da Política Nacional Contraterrorista, projeto apresentado por Bolsonaro quando deputado em 2016 e "requentado" por seu aliado Major Vitor Hugo (PSL-SP).

... crítico. O recado de Lima tende a desagradar bolsonaristas. Para ele, o projeto é um um "Cavalo de Troia" bolsonarista para a segurança pública e sua aprovação poderia reduzir o espaço cívico no país. Ele aposta na implantação efetiva do Sistema Único de Segurança Pública, o SUSP. "A legislação foi aprovada, mas sua execução segue em banho maria no Executivo federal", aponta.

Segura aí. Mais de 70 entidades assinam um manifesto que foi entregue a Lira, Pacheco e líderes partidários do Congresso contra o novo Código Eleitoral. Entre os signatários estão órgãos da OAB, do CNBB, a Transparência Partidária e movimentos de renovação. O grupo aponta retrocessos em temas como transparência e financiamento partidário e pede o interrompimento da tramitação do projeto, agora no Senado.

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PRONTO, FALEI! 

Renan Calheiros, senador (MDB-AL)

"Em junho, por dissimulação, o ministro Queiroga defendeu na CPI o uso obrigatório da máscara. Assumindo o negacionismo e cumprindo ordem, agora é contra. Cai mais uma vez sua máscara."

 Foto: Gabriela Biló/Estadão
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