A deputada estadual de São Paulo Janaina Paschoal (PSL) viu no resultado do primeiro turno da eleição municipal uma oportunidade para a direita fazer o que sempre cobrou da esquerda: autocrítica.
"A direita, como projeto, perdeu muito", disse à Coluna a autora do impeachment de Dilma Rousseff. "A direita chegou ao poder e, salvo a parte da corrupção, fez tudo muito parecido. Tentou criar um discurso hegemônico, pisou em apoiadores. A maioria, manteve uma postura de muita empáfia, de agressividade, perseguição ao divergente...".
Deputada estadual mais votada da história de SP, Janaina lamenta ainda o fato de que alguns membros da direita espalham a tese de "fraude" nas urnas: "Não houve fraude. As urnas falaram".
Parte do mal desempenho da direita nas disputas, a deputada põe na conta de Jair Bolsonaro. "Errou ao sair do PSL e deixar tantos potenciais candidatos indecisos. Errou ao confundir seguidores com eleitores", disse.
A candidata do PSL, Joice Hasselmann, não contou com o apoio de Janaina ainda na campanha. Agora, que teve menos de 100 mil votos, a correligionária insiste que ela não deveria ter sido a candidata. A deputada estadual trabalhou para tentar formar uma chapa com Andrea Matarazzo (PSD) e Arthur do Val (Patriota).
Assim, a respeito do segundo turno, com um candidato tucano e outro do PSOL, a autora do impeachment não sabe ainda o que deve fazer. Diz querer "ouvir os dois, antes de falar qualquer coisa". Nas redes sociais, convidou Guilherme Boulos para uma live.