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CPI da Covid: Acompanhe o depoimento de Marcellus Campêlo, ex-secretário de Saúde do Amazonas

Marcellus Campêlo deixou o cargo no último dia 7; este é o primeiro depoimento a centrar foco na conduta de Estados e municípios no uso das verbas federais destinadas ao combate da pandemia

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid ouviu nesta terça-feira, 15, o ex-secretário de Saúde do Amazonas Marcellus Campêlo. Depois de, na semana passada, o governador do Estado, Wilson Lima (PSC), não comparecer à comissão após ser beneficiado por um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF), este foi o primeiro depoimento a centrar foco na conduta de Estados e municípios no uso das verbas federais destinadas ao combate à pandemia.

 

Campêlo esteve à frente da Secretaria de Saúde até o último dia 7 de junho. Ele pediu exoneração após ser preso pela Polícia Federal, no dia 2, em mais uma fase da operação Sangria, que também fez buscas na casa e no gabinete do governador do Estado.

 

A saúde pública no Amazonas entrou em colapso no início do ano, quando houve falta de leitos e de oxigênio nos hospitais que recebiam pacientes com covid-19.

 

Os requerimentos que pediram a convocação de Marcellus Campelo foram apresentados pelos senadores Marcos Rogério (DEM-RO) e

  • 17h35

    15/06/2021

    O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), encerrou a sessão desta terça-feira, 15. 

  • 17h17

    15/06/2021

    - Sobre reabertura de comércio em Manaus, Campêlo fala que 'desconhece' pressão do governo federal 

     

    O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) indagou o ex-secretário Campêlo se houve pressão por parte do governo federal para que o governador Wilson Lima revogasse o decreto imposto pelo Estado no dia 23 de dezembro com medidas restritivas para frear a contaminação pela covid-19. No dia 26 de dezembro, um comitê de controle foi favorável a reabertura do comércio e de atividades, retomada em 27 de dezembro. Antes, a cidade de Manaus já estava sob medidas restritivas, que eram criticadas publicamente pelo presidente Jair Bolsonaro

     

    "Eu não tinha contato com o governo federal", respondeu. "A pressão foi da população", declarou ele sobre a decisão de afrouxar as medidas restritivas. Na época, houve protesto por parte de alguns setores do comércio e, logo na sequência, deputados e deputadas bolsonaristas comemoraram nas redes sociais. Dias depois, no começo de janeiro, se iniciou a crise do desabastecimento de oxigênio em Manaus. (Isadora Rupp)  

  • 17h04

    15/06/2021

    - Plano de contingência para terceira onda em Manaus foi apresentado ao ministro Marcelo Queiroga 

     

    No sistema remoto, o senador Telmário Mota (PROS-RR) quis saber do ex-secretário se medidas para que não falte oxigênio no caso de uma terceira onda de casos no Estado foram tomadas em sua gestão; Campêlo deixou o cargo no último dia 7 de junho, após ser detido na Operação Sangria, que investiga desvio de recursos destinados à pandemia no Amazonas

     

    Segundo Campêlo, um plano de contingência para terceira onda de casos em Manaus e em todo o Amazonas foi realizado pela pasta, e entregue ao ministro da saúde Marcelo Queiroga para que se adotem medidas de logística para o consumo do insumo no Estado. De acordo com ele, há um plano de instalar mais 30 usinas de oxigênio no Estado, e outras 25 estão em processo licitatório. (Isadora Rupp)

  • 16h57

    15/06/2021

    - 'A responsável pela crise que enfrentamos é a grande contaminação', responde Campêlo  

     

    A Senadora Soraya Thronicke (PSL-MS) perguntou ao ex-secretário de quem foi a responsabilidade pela gestão problemática no Estado; Campêlo afirmou que a "grande contaminação" é o que gerou o caos no sistema de saúde em Manaus e outras cidades do Amazonas, com a falta no abastecimento de oxigênio. 

     

    Soraya também perguntou se Campêlo tinha autonomia na tomada de decisões da pasta da saúde. "Nós trabalhávamos com autonomia e, quando fugia da nossa alçada, existia um comitê de crise. Eu tomei as decisões que eu poderia tomar", declarou. A senadora pediu que ele citasse nomes dos especialistas e a quantidade de médicos desse comitê. Campêlo não respondeu. (Isadora Rupp) 

  • 16h30

    15/06/2021

    - Senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) critica cientista Natalia Pasternak em fala na CPI 

     

    Defensor ferrenho do tratamento precoce na CPI da Covid, o senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) usou parte do seu espaço de fala na comissão para criticar a cientista Natalia Pasternak. A bióloga depôs na última sexta-feira, 11, junto com Claudio Maierovitch

     

    Segundo o argumento de Heinze, pelo fato de não ser médica, Natalia não poderia falar com propriedade sobre a ineficácia do tratamento precoce. Ele se disse chateado com a "ironia" da cientista. Quando Heinze declarou em sua pergunta que as drogas do "kit covid" foram fundamentais na cura de 15 milhões de brasileiros, a cientista respondeu que "essas 15 milhões de pessoas também tomaram o chazinho da vovó, deram três pulinhos e uma volta no quarteirão". 

     

    Heinze segue na defesa do tratamento e disse ao ex-secretário Marcellus Campêlo que uma adoção maior do tratamento precoce em Manaus teria salvado vidas no Estado. "Infelizmente a orientação do Ministério da Saúde não foi adotada, é lamentável que isso tenha ocorrido", falou.

  • 16h17

    15/06/2021

    - 'A política pública não é traçada pela White Martins, mas pelos gestores', critica Alessandro Vieira 

     

    O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) perguntou quem foi o responsável pelo plano de contingência no Amazonas em relação à crise sanitária. Em resposta, Campêlo afirmou que o Estado tinha "técnicos da área", sem detalhar nem assumir que a gestão era sua, e que sempre defendeu as medidas não farmacológicas para conter a expansão do vírus, como isolamento social, uso de máscara e higienização das mãos. 

     

    Vieira lembrou que vídeos apresentados na comissão durante o depoimento deixam claro que o Ministério da Saúde trouxe ao Estado a defesa do uso de medicamentos do tratamento precoce, além do lançamento do aplicativo Trate-Cov, que realizava diagnósticos imediatos e orientação de uso de cloroquina. O senador criticou ainda a postura de Campêlo de jogar a responsabilidade para a fornecedora de oxigênio White Martins, ao invés da falta de planejamento. (Isadora Rupp) 

  • 16h03

    15/06/2021

    - Depois de Bolsonaro, líder do governo usa em CPI  ranking que não apresenta realidade de imunização no Brasil 

     

    Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), líder do governo no Senado, declarou em sua fala na CPI da Covid que o Brasil é um dos países que "mais vacina no mundo", e citou ranking do painel Our World in Data, da Universidade de Oxford, que apresenta a quantidade total de vacinas aplicadas, mas não separa em primeira e segunda dose. Apresentado de maneira absoluta, o dado deixa o país em 4° lugar no mundo, e foi utilizado de forma enganosa pelo presidente Jair Bolsonaro em seu perfil no Twitter no último dia 10 de junho.

     

    O critério é problemático pois a imunização, em grande parte das vacinas, é completa apenas com a aplicação das duas doses, conforme mostrou checagem do Estadão Verifica sobre a afirmação do presidente. Além disso, os números brutos não representam a realidade, já que o Bras

  • 15h42

    15/06/2021

    - Governistas e opositores se unem na CPI em críticas à gestão no Amazonas 

     

    O depoimento do ex-secretário da saúde do Amazonas Marcellus Campêlo segue na CPI da Covid com fortes críticas por partes dos senadores, tanto de opositores quanto de governistas, como Eduardo Girão (Podemos-CE) e Jorginho Mello (PL-SC): ambos trouxeram questões sobre recursos aplicados na pandemia mas também se centraram, a exemplo dos outros senadores, na falta de planejamento que gerou o caos do desabastecimento de oxigênio em janeiro de 2021. Mais cedo, em nota, a empresa White Martins declarou que havia alertado a secretaria de saúde sobre o problema desde julho de 2020. 

     

    Rogério Carvalho (PT-SE) trouxe novamente a aplicação do tratamento precoce no Estado: o senador exibiu um vídeo da secretária Mayra Pinheiro em Manaus no dia 10 de janeiro para o lançament

  • 14h45

    15/06/2021

    - White Martins diz ter comunicado o Estado sobre alta na demanda em julho em 2020, sem obter resposta; leia a nota  

     

    Posicionamento da White Martins: 

     

    Em julho e setembro de 2020, a empresa informou à secretaria de Saúde do Estado do Amazonas que o volume de oxigênio consumido pelas instituições de saúde já estava superior ao pactuado, não tendo tido retorno formal sobre as mesmas por parte da secretaria. Em 7 de janeiro de 2021, após ter detectado o aumento exponencial do consumo de oxigênio na região e bem acima da curva da primeira onda, além da ausência de resposta sobre a previsão de demanda, a empresa comunicou à Secretaria de Saúde a necessidade de esforços adicionais e da contratação de outros fornecedores para aumentar a disponibilidade de produto, dada a demanda crescente e descontrolada e acima da capacidade de produção local da empresa. 

     

    No dia 10/01, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, convidou os representantes da White Martins, por meio do comitê estadual, para uma reunião em Manaus, na manhã do dia 11/01, para tratar sobre a necessidade de mobilizar esforços logísticos para levar oxigênio para a região. 

     

    Cabe ressaltar que a White Martins não recebeu da Secretaria estadual de Saúde informação prévia a respeito de aumento da demanda de oxigênio para as instituições do estado. Como uma mera fornecedora, a empresa reforça que não tem dever ou qualificação técnica para fazer a gestão da saúde pública. 

  • 14h36

    15/06/2021

    - Ex-secretário não assume falta de planejamento e fala que não havia risco de desabastecimento de oxigênio

     

    O senador Marcos Rogério (DEM-RO) trouxe dados sobre a evolução dos números de covid-19 em Manaus, que apontam um aumento progressivo de casos desde setembro de 2020, e questionou por que não existiu um planejamento prévio sobre a aquisição de oxigênio por parte do Estado, já que os números de casos aumentavam mês a mês. Campêlo argumentou que a crise se instalou por causa da variante P1, em janeiro, quando houve boom de doentes; o ex-secretário atribuiu à nova cepa o descontrole sanitário em várias respostas ao longo do depoimento. 

     

    "Houve absoluta falta de previsibilidade. O senhor escolheu expor a população ao risco de morte", enfatizou Rogério. "Se tivesse apontado na fase certa o risco do problema, não teríamos a situação que tivemos no Amazonas". 

     

    Campêlo justificou que, ao longo de 2020, a média de consumo de oxigênio pelos hospitais estava dentro do previsto, e que não se apresentava risco de fornecimento pela empresa White Martins, fornecedora do insumo. (Isadora Rupp) 

  • 14h20

    15/06/2021

    - 'Como o senhor diz ser contra imunidade de rebanho, se aceitou?', questiona Otto Alencar (PSD-BA) 

     

    O senador Otto Alencar (PSD-BA), conhecido por seus questionamentos incisivos e técnicos na CPI, questionou Campêlo por que ele não realizou barreiras sanitárias no Estado para conter a variante P1; o ex-secretário não respondeu. "Como o senhor diz ser contra imunidade de rebanho, se aceitou?", perguntou Alencar. 

     

    O senador seguiu com suas perguntas: "Quantos leitos de UTI deve ter uma estrutura hospitalar per capita?". "Sei que a taxa de UTI em Manaus é muito baixa", respondeu Campêlo. "Joga um número aí, você não sabe. O governador nomeou um engenheiro que não conhece a saúde para ser secretário, assim como o presidente nomeou um general que não sabia o que era o SUS. O senhor deixou o povo morrer à míngua numa vala comum. Tinha dinheiro no caixa, no fundo estadual de saúde. O senhor é um cúmplice tanto quanto o ministro Pazuello. Falta oxigêio, kit intubação, falta EPI, absolutamente tudo. Só não faltou vergonha ao senhor", finalizou Alencar.  (Isadora Rupp) 

  • 14h13

    15/06/2021

    - 'Nós nem sabíamos do que se tratava, eles iriam explicar o que era', diz Campêlo sobre Trate-Cov, lançado em plena crise de oxigênio em Manaus

     

    Em depoimento na CPI, Marcellus Campêlo contou que, no dia 10 de janeiro, a secretária Mayra Pinheiro esteve em Manaus para o lançamento do Trate-Cov, aplicativo do Ministério da Saúde que recomendava o chamado tratamento precoce. Questionado pelo vice-presidente Randolfe Rodrigues (Rede-AP) sobre se era adequado realizar um evento sobre o tema em um momento em que já estava instalada a crise no abastecimento de oxigênio, Campêlo falou que "nós nem sabíamos do que se tratava, eles iriam explicar o que era". 

     

    Campêlo contou ainda que Mayra apresentou à secretaria de saúde do Amazonas 150 teses sobre o tratamento. "Ela recomendou que a gente adotasse, mas que ela ainda iria trabalhar na atenção primária, e isso foi feito com atenção básica contatando os municípios". 

     

    O ex-secretário voltou a dizer que comunicou ao então ministro da saúde

  • 13h48

    15/06/2021

     - Randolfe Rodrigues traz vídeo de seguidora no Twitter em pergunta sobre crise de oxigênio em Manaus (REDE-AP)

     

    O vice-presidente da CPI da Covid, Randolfe Rodrigues, retomou a sessão da comissão com novas perguntas sobre a crise de abastecimento de oxigênio em Manaus e trouxe vídeo de uma seguidora no Twitter feito em frente ao Hospital Federal Getúlio Vargas, no dia 13 de janeiro, com fila de familiares em busca de informações sobre a falta de oxigênio. "Vamos apresentar aqui", disse o senador em sua conta na rede social.  

     

    O ex-secretário de Saúde do Amazonas Marcellus Campêlo informou que os hospitais federais têm contrato direto com a White Martins, assim como hospitais militares, e que haviam sido alertados sobre a falta. Na sua justificativa sobre a demora na tomada de decisão, Campêlo disse que a "demanda era maior que a logística que havia sido encontrada". (Isadora Rupp). 

  • 12h50

    15/06/2021

    - Amazonas não comprou usina de oxigênio nem antes nem depois da crise, reconhece Campêlo 

     

    Pressionado pelo senador Eduardo Braga (MDB-AM), o ex-secretário de Saúde do Amazonas reconheceu que o governo estadual não comprou usinas de oxigênio para suprir a demanda nem antes nem depois da crise ocorrida no mês de janeiro. Campêlo afirmou que foram abertos processos de compra, mas que não obtiveram sucesso.

     

    Braga listou uma série de recursos destinados ao Amazonas, seja por emendas parlamentares ou pelo fundo estadual da saúde, não utilizados pela secretaria para custeio de unidades hospitalares. "Lamentável a incompetência, a falta de amor ao povo do meu Estado. Assim como a senadora Eliziane Gama, fico sem saber o que pensar. Nada o senhor sabe", disse o senador a Campêlo.

     

    A partir de um desses documentos, o parlamentar perguntou ao ex-secretário por que a pasta que comandava atrasava o pagamento de fornecedores de oxigênio. Segundo Braga, isso ocorreu em setembro de 2020, por exemplo. Campêlo disse que esse era um problema crônico antes mesmo de ele assumir o cargo na secretaria. (Adriana Ferraz)

     

    Foto: Gabriela Biló/Estadão 

    Foto: Gabriela Biló/Estadão

  • 12h08

    15/06/2021

    - 'Não subestime o nosso raciocínio', rebate  Eliziane Gama sobre falta de oxigênio no Amazonas 

     

    Eliziane Gama (Cidadania-MA) voltou à declaração anterior do ex-secretário de saúde do Amazonas Marcellus Campêlo, de que houve "intermitência"no abastecimento de oxigênio nos hospitais públicos apenas nos dias 14 e 15 de janeiro. "Não subestime o nosso raciocínio", criticou Eliziane, que trouxe dados de mortes no estado entre os dias 6 e 30 de janeiro: mais de 2 mil óbitos. Ela relembrou as imagens e relatos de pessoas que iam aos hospitais com cilindros de oxigênio para familiares internados, além de profissionais que pediam ajuda para conseguir o insumo. 

     

    A senadora frisou a falta de atitude do governo do Amazonas na contenção da crise, já que havia aumento de casos em Manaus desde dezembro. (Isadora Rupp) 

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