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Temer diz que PMDB 'está de portas abertas' para Doria em 2018

O convite foi feito durante conversa entre Doria e Temer na segunda-feira, 7, na sede da Prefeitura pouco antes de um evento no qual o peemedebista distribuiu publicamente afagos ao prefeito

Foto do author Pedro  Venceslau
Por Pedro Venceslau e Ricardo Galhardo
Atualização:

O presidente Michel Temer disse ao prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), que “as portas do PMDB estão abertas” para o tucano disputar a Presidência da República em 2018.

O convite foi feito durante conversa entre Doria e Temer na segunda-feira, 7, na sede da prefeitura pouco antes de um evento no qual o peemedebista distribuiu publicamente afagos ao prefeito. A deferência provocou reação de aliados do governador Geraldo Alckmin, que também pleiteia a vaga do PSDB na disputa pelo Palácio do Planalto.

O presidente Michel Temer (PMDB) se encontra com o prefeito João Doria (PSDB) em São Paulo Foto: Paulo Whitaker/Reuters

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Doria tem dito que não vai entrar na disputa se Alckmin, que é seu padrinho político, se colocar como candidato.

A possibilidade de deixar o PSDB também é rechaçada pelo prefeito. Aliados dele reconhecem, porém, que a mudança de sigla pode ocorrer caso o governador não apresente seu nome por algum motivo e mesmo assim a cúpula tucana vetar o nome de Doria.                  

Clima de campanha. O prefeito montou em agosto uma agenda de presidenciável. O tucano recebeu em uma semana seis ministros, além do presidente Michel Temer.

Vieram a São Paulo os ministros da Defesa, Raul Jungmann, do Governo, Antonio Imbassahy, da Educação, Mendonça Filho e nesta quinta-feira, 10, Doria recebeu o ministro das Cidades, Bruno Araújo.

No sábado foi o chanceler Aloysio Nunes que esteve na Prefeitura, que sediou uma reunião do Mercosul para tratar da crise na Venezuela.

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No começo do mês, o prefeito esteve em Curitiba, onde participou de um almoço com 400 empresários e recebeu afagos públicos do governador Beto Richa (PSDB), e no dia 7 em Salvador, onde foi atingido por ovos de manifestantes.

Só em agosto, a agenda de Doria prevê visitar oito estados.

A avaliação do Planalto é que depois da vitória de Temer na votação pela admissibilidade da denúncia feita pela Procuradoria Geral da República (PGR), na semana passada, ficou claro para o mundo político que o mandato do peemedebista vai até o dia 31 de dezembro de 2018. Isso desencadeou a corrida dos partidos rumo à eleição do ano que vem.

Para aliados de Temer, até então apenas as candidaturas dos extremos do espectro político estavam colocadas. De um lado o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus agregados (Ciro Gomes e Fernando Haddad) e de outro o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ). Falta ocupar os espaços na centro-esquerda e centro-direita.

O Planalto registrou movimentos neste sentido por parte do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). Alckmin, que se movimentava com cautela, acelerou a marcha rumo a 2018 principalmente depois da troca pública de afagos entre Temer e Doria, segunda-feira.

Além de tentar atrair Doria, Temer e o PMDB também trabalham com a possibilidade de lançar o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, hoje filiado ao PSD.

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