Marina Silva lança novamente pré-candidatura à Presidência da República

Pré-candidata da Rede comentou a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de quem foi ministra do Meio Ambiente

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Por Marianna Holanda
Atualização:

Marina Silva se lançou novamente neste sábado, 7, como pré-candidata à presidência da República pelo partido Rede Sustentabilidade. Em dezembro do ano passado, após um apelo dos diretórios estaduais, Marina colocou seu nome à disposição da sigla. Na prática, tornou-se pré-candidata. 

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Segundo o partido, neste sábado, foi o lançamento oficial de sua candidatura, cujo slogan será: "não dá para querer mudar e não mudar". O evento foi durante o Congresso da Rede em Brasília. 

Marina Silva discursa durante lançamento da sua candidatura presidencial pelo partido Rede, no Clube MinasHall, em Brasília. Foto: Dida Sampaio/ Estadão

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"Pela terceira vez, diante de todos os brasileiros, amigos da imprensa, aqueles que estão nos acompanhando de casa, presidente da República", disse, acompanhada de gritos da militância "Ma-ri-na".

Durante sua fala, a pré-candidata traçou as principais bandeiras do seu programa: combate à corrupção, por meio do fim ao foro privilegiado, ajuste das contas públicas e redução da desigualdade social.

"O momento que estamos vivendo, que não é de celebração, é claro, é de tristeza. Um ex-presidente da República, poderia estar apto para fazer o que bem quisessem na política, sendo interditado pela Justiça, por erros", comentou a situação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de quem foi ex-ministra do Meio Ambiente. 

Enquanto Marina lançava sua pré-candidatura, o petista discursava para apoiadores em São Bernardo, momentos antes de se entregar à polícia federal.

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Em seguida, arrematou: "Mas, por outro lado, é uma sinalização de que nós podemos começar a ter esperança de que se está iniciando um tempo, de que as lei será igual para todos. Se, e somente se, nós termoso cuidado nesse processo e que não se permita mais os Renans, aos Aécios, os Padilhas e os Temeres fiquem impunes sob o manto do foro privilegiado", completou, citando nominalmente os senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Aécio Neves (PSDB), além dos emedebistas Eliseu Padilha e Michel Temer, presidente da República. Todos esses são investigados na Operação Lava Jato pelo Supremo Tribunal Federal (STF), pois têm prerrogativa de foro.

Na economia, Marina defendeu o controle do gasto público, que deve ser a metade porcentual do PIB, e disse que a maioria das mudanças que deveriam ser feitas na reforma trabalhista de Temer, foram realizadas por Medida Provisória. Logo, não revogaria, se fosse eleita. A ex-ministra também defendeu reformas, mas disse que as feitas por Temer são "em detrimento do trabalhador" e apenas discutidas com o setor do empresariado. 

"Não vamos continuar com aquela postura de ter 0,5% do nosso PIB para o Bolsa Familia e em torno de 5% para o Bolsa Empresário, com juros subsidiados do BNDES. Não vai continuar com a prática de escolher os campeões nacionais para nos nocautear como o fez o senhor Eike Batista", afirmou. 

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As pesquisas de intenção de voto mostram Marina (Rede) e Ciro Gomes (PDT), como os "herdeiros" do voto de Lula, na ausência do ex-presidente nas urnas. Questionada que recado daria para o eleitorado petista, pré-candidata disse entender a decepção deles de não poder votar em seu candidato, mas pontuou que eles votariam com suas consciências e lembrou do seu histórico de luta social.

 "É claro que aqueles que estão decepcionados, que em função de erros, não poderão concretizar a sua intenção de voto precisam ser igualmente respeitados. Mas eles votarão de acordo com as suas consciências, nos projetos que eles identificarem sendo melhor para combater a pobreza. Nesse caso, meu compromisso histórico para o fim das iniquidades sociais, ele é claro, faz parte da minha trajetória de vida", afirmou.

Apesar de candidata em 2010 e em 2014, esta será a primeira eleição de Marina Silva com seu partido, a Rede, que foi criado em 2015. A campanha enfrente dificuldades com pouca estrutura e um dos menores fundos partidários de partidos. Aliado à isso, a alinça com outros partidos também é um obstáculo - sem outras siglas na coligação Marina terá cerca de 10 segundos de tempo de TV. 

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O Congresso da Rede acontece em Brasília até domingo, 8, quando serão escolhidos os novos porta-vozes da sigla. Marina deve deixar o cargo para se dedicar exclusivamente à campanha.