BRASÍLIA - Após mais de uma hora de reunião nesta manhã de quinta-feira, 5, a cúpula do PSDB decidiu destituir o deputado Bonifácio de Andrada (MG) da vaga de suplente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Como o mineiro não abdicou da relatoria da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, o partido vai sugerir ao presidente do colegiado, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), que ofereça uma das vagas dos partidos aliados para abrigar Bonifácio. Sem uma dessas vagas, o tucano mineiro ficaria fora da comissão, o que obrigaria Pacheco a escolher outro relator.
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O impasse já dura uma semana, desde que Pacheco indicou o tucano como relator. "Em função da importância do trabalho do deputado, ele (Pacheco) cederia uma vaga de seu partido, por exemplo", afirmou o presidente em exercício do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE).
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Tasso e o líder da bancada, deputado tucano Ricardo Tripoli (SP) destacaram os conhecimentos jurídicos de Bonifácio, mas ponderaram que a sua permanência como relator numa vaga do PSDB causa constrangimentos e aprofunda a divisão entre os tucanos. "Uma solução seria o desligamento do deputado (da vaga tucana) em acordo com o presidente da CCJ. Obviamente, deve ser uma vaga de um outro partido que possa (vir a) acomodá-lo (Bonifácio). Ele, tecnicamente, em função dos conhecimentos que tem, fará o relatório. Mas não pelo PSDB", disse Tripoli.
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Uma das soluções aventadas nesta quarta-feira foi a possibilidade de Bonifácio se licenciar oficialmente do partido, mas a medida foi descartada na reunião desta manhã. Os tucanos ficaram incomodados com a declaração de Bonifácio na quarta-feira, em que ele disse que a Câmara era maior do que os partidos. Hoje, durante entrevista Tasso ponderou que o parlamentar também tem vínculos partidários a respeitar. "Ele tem obrigações com o partido também", observou Tasso.
PRESIDENTE DA CCJ
Pacheco lamentou a decisão do PSDB de destituir Bonifácio da suplência do colegiado. "Lamento que de todo o cenário político, de todas as pessoas que têm opinião, somente o deputado Ricardo Tripoli (líder do PSDB na Câmara) não entenda que o deputado Bonifácio é efetivamente muito bom para essa missão", declarou ao Estado/Broadcast Político.
O presidente da comissão disse respeitar a decisão do partido, mas que não cabe a ele a decisão de encontrar uma vaga para Bonifácio em outra bancada. Sem que outro partido aliado ceda a vaga, Bonifácio estará automaticamente fora da relatoria.
"A escolha do deputado federal Bonifácio de Andrada teve critérios próprios e já amplamente divulgados, sem motivação partidária. Portanto, ele permanecerá relator caso se mantenha na CCJ pelo PSDB ou qualquer outro partido", enfatizou o peemedebista em nota divulgada nesta quinta-feira.