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'Prefiro mil vezes um cara como Bolsonaro do que um farsante como Doria', diz Ciro Gomes

Pré-candidato à Presidência em 2018, o ex-ministro criticou o prefeito tucano de São Paulo, que também é cogitado como candidato nas próximas eleições presidenciais

Por Igor Gadelha
Atualização:
Ex-ministro, Ciro Gomes Foto: André Dusek/Estadão

BRASÍLIA - Pré-candidato à Presidência da República em 2018, o ex-ministro Ciro Gomes afirmou neste sábado, 18, que prefere mil vezes o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) como presidente do Brasil ao atual prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), a quem chamou de "farsante". Na avaliação de Ciro, o gestor tucano tem feito um governo de "factoide", de "papo furado". Em resposta, Doria afirmou que Ciro foi desrespeitoso com a população de São Paulo e "confirmou" sua "instabilidade emocional e desequilíbrio político".

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"Prefiro mil vezes, discordando de tudo como eu discordo do Bolsonaro, um cara como ele do que um farsante como o Doria. Se apresentar como 'não político' tendo sido chefe da Embratur no governo Sarney e tendo enriquecido bastante fortemente com dinheiro público dos governos do PSDB. Você tem obrigação de informar os seus leitores com isso. Isso é grave", afirmou o ex-ministro, em entrevista após convenção nacional do PDT. 

Ciro disse sentir "vergonha" de ter Doria como prefeito de São Paulo. "A gente, numa eleição majoritária, vale pelo que é e pelo que nega. Então, se você acha possível fazer um cara como o Doria presidente do Brasil, vote nele. Agora eu, francamente, tenho vergonha. Vergonha de um camarada desse ser prefeito de São Paulo", afirmou o ex-ministro, que foi eleito primeiro vice-presidente nacional do PDT neste sábado

"Eu, por exemplo, sei o que está sendo feito em Fortaleza em matéria de escola, de qualificação da gestão da saúde, em matéria de políticas públicas gerais para a comunidade. E em São Paulo é só factoide, só papo furado. Um camarada daqueles no Ceará jamais seria eleito a coisa nenhuma. Porque lá a gente chama isso de palhaçada", disse o pedetista, chamando a imprensa de "descuidada" por não informar os eleitores sobre Doria. 

O nome do prefeito de São Paulo passou a ser cogitado para ser o candidato do PSDB à Presidência em 2018 após pesquisas revelarem boa avaliação da sua gestão. Além disso, há entre os tucanos uma avaliação de que, com o avanço da Operação Lava Jato sobre outros pré-candidatos da sigla ao Palácio do Planalto, como o senador Aécio Neves (MG), Doria seria o nome do partido com mais chances de ser eleito presidente da República.

Canalhas. Na entrevista, Ciro também disparou contra o presidente Michel Temer (PMDB), a quem chamou de "canalha"."Esse governo está propondo tudo contra o povo. E eles querem isso aí. Por quê? Porque está no meio da Lava Jato. Esse é um governo de canalhas, isso afirmo categoricamente, chefiado por um canalha, um governo de canalha, de ladrões, de marginais que conheço a mil anos", afirmou o ex-ministro.

Para o pedetista, o governo Temer não tem legitimidade para tratar de nenhuma reforma estrutural no País. Na convenção deste sábado, o PDT decidiu fechar questão contra as reformas da Previdência e trabalhista. Ciro disse ser favorável a sistema eleitoral de lista fechada e financiamento público de campanha, mas afirmou ser contra fazer essas mudanças neste momento, em meio à Operação Lava Jato. 

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"Eles querem agora fazer uma anistia ao caixa 2, inclusive com um magistrado da mais alta Corte do País elaborando tese sobre isso, em linha com que políticos estão falando. O que é isso? O País está vivendo uma anarquia completa", afirmou, referindo-se ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. 

Na última quarta-feira, 15, o ministro se reuniu no Palácio do Planalto com o presidente Michel Temer e os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), para tratar da reforma política. No mesmo dia, Gilmar ofereceu um jantar em comemoração ao aniversário do senador José Serra (PSDB-SP), um dos tucanos citados na Lava Jato. Para Ciro, o jantar é uma "aberração".