Após a divulgação da informação de que o presidente Ernesto Geisel (1974-1979) autorizou a política de “execução sumária” de opositores do regime militar, vigente no governo anterior, diversos políticos criticaram a atitude do então presidente militar.
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O documento relata que, quando chegou ao cargo, Geisel foi informado de que 104 pessoas haviam sido mortas em 1973 pelo governo de Emílio Garrastazu Médici (1969-1974). O Centro de Informações do Exército (CIE), órgão responsável pela política de assassinatos de adversários políticos do regime, pede autorização do general para manter a política.
Geisel autoriza, então, que o método ocorra em "casos excepcionais" e com aval do Palácio do Planalto, mediante consulta ao diretor do Serviço Nacional de Informações (SNI), general João Baptista Figueiredo.
A pré-candidata do PcdoB ao Planalto, Manuela D'Ávila, afirmou que os documentos revelados perturbam todos que têm "uma história de luta pela memória e a verdade dos tenebrosos anos da ditadura militar". "As provas de que a cúpula do regime, Médici, Geisel, Figueiredo, estiveram diretamente envolvidos nos assassinatos dos "subversivos" que ousaram desafiar o regime é uma verdade grande demais para seguir encoberta", escreveu.
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"Precisamos insistir na busca da verdade e do paradeiro daqueles que foram torturados, mortos e desaparecidos com a autorização e a cumplicidade do Palácio do Planalto".
Em entrevista à Rádio Super Notícia, de Belo Horizonte, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) comparou as autorizações sumárias dadas pelo presidente Ernesto Geisel para executar opositores do regime militar no Brasil a uma espécie de punição usada por pais contra seus filhos. "Quem nunca deu um tapa no bumbum do filho e depois se arrependeu? Acontece", disse o parlamentar.
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O ex-senador e hoje vereador em São Paulo Eduardo Suplicy (PT) disse que a revelção comprova o quanto os militares descumpriram a Constituição e as normas de direitos humanos. "É da maior gravidade a revelação de que, em reunião no dia 30 de março de 1974, o presidente Ernesto Geisel tenha compactuado com assassinatos praticados pelo Estado.
A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) escreveu que, com a divulgação, a ideia de que Geisel havia sido "estadista" fica fragilizada. "Caiu a burrice de que a ditadura foi nacionalista. Golpistas civis e militares de 1964 serviram aos EUA. E agora, a quem servem os golpistas?", questionou.
Outro lado
Por meio de nota, o Centro de Comunicação Social do Exército informou que “os documentos sigilosos, relativos ao período em questão e que eventualmente pudessem comprovar a veracidade dos fatos narrados foram destruídos, de acordo com as normas existentes à época”. Procurado, o Palácio do Planalto informou que não vai comentar o caso.