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Pesquisa avalia impacto de agressões de secretário de Paes contra ex-mulher

Resultado de levantamento encomendado pelo PMDB deverá ser conhecido até o fim da semana e será decisivo para a manutenção da pré-candidatura de Pedro Paulo Carvalho Teixeira

Por Constança Rezende
Atualização:

RIO - O PMDB contratou uma pesquisa reservada na tentativa de avaliar os impactos no eleitorado carioca da repercussão das agressões do secretário municipal de Governo, Pedro Paulo Carvalho Teixeira, à ex-mulher Alexandra Marcondes. Ele é o pré-candidato do partido, lançado pelo prefeito Eduardo Paes (PMDB), à prefeitura na eleição do ano que vem. O resultado deverá ser conhecido até o fim da semana e será decisivo para a manutenção da pré-candidatura.

Caso as intenções de voto ao deputado federal licenciado declinem, o partido ficará em situação complicada para apresentar um novo candidato, avaliam lideranças do partido. O nome mais forte no PMDB do Rio para disputar o cargo é  o do ex-governador Sérgio Cabral, investigado na Operação Lava Jato. Mas ele já teria anunciado que não quer concorrer. Outro cogitado é o deputado federal Leonardo Picciani, filho do presidente da Assembleia Legislativa, Jorge Picciani, e líder do PMDB na Câmara.

O secretário de Coordenação do Governo da prefeitura do Rio de Janeiro, Pedro Paulo Carvalho Foto: Fabio Motta|Estadão

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Também têm sido citados por peemedebistas importantes o outro filho de Picciani, Rafael, que ocupa o cargo de secretário de Transportes do município do Rio, e o secretário estadual de Transportes, Carlos Osório. São possibilidades remotas, pois, na avaliação da cúpula do partido, não têm força para ganhar a eleição.

Líderes do PMDB-RJ dizem esperar que Eduardo Paes consiga reverter a situação de Pedro Paulo. Uma das cartadas de Paes seria a aproximação de seu apadrinhado com o senador Romário (PSB), campeão de votos (4,6 milhões) em 2014. O problema é que o senador ainda não anunciou o que fará em 2016: poderá apoiar o PMDB ou disputar a prefeitura. Se Romário não concorrer, quem mais preocupa o partido é o senador Marcelo Crivella (PRB), que poderá, mais uma vez, disputar a eleição municipal.

Apesar do escândalo das agressões praticadas pelo pré-candidato peemedebista, dirigentes importantes do PT-RJ defendem a manutenção da aliança com o PMDB na capital fluminense em 2016. Mulher de Washington Quaquá, prefeito de Maricá e presidente do PT-RJ, a deputada estadual petista Rosângela Zeidan disse ontem que não vê vínculos entre as agressões e a candidatura de Pedro Paulo.

“Se a Justiça decidir que deve ser punido, ele tem que pagar pelo que fez. Mas isso não tem nada a ver com a sua candidatura para a prefeitura, é uma situação particular. Que mulher que nunca sofreu nenhuma agressão verbal ou física? A maioria já sofreu. Mas isso é uma opinião minha, não do partido. Ele marcou uma reunião com as mulheres do partido para conversar sobre isso e eu não quis ir. Mas, se ele quiser conversar sobre os seus planos para a cidade, eu vou”, disse.

A delegada deputada Martha Rocha (PSD), diretora da Divisão de Polícia de Atendimento à Mulher da Polícia Civil quando ocorreu o segundo caso de agressão do secretário à então mulher, em 2010, não quis falar sobre o caso ao ser abordada no plenário. Ela pediu para a reportagem encaminhar as perguntas para sua assessoria, que até a conclusão desta matéria não havia respondido. Apesar do inquérito ter sido aberto, Pedro Paulo nunca prestou depoimento.

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A primeira vez que o secretário atacou Alexandra a socos foi em 2008 em São Paulo. A segunda, em 2010, no apartamento do casal no Rio. Ao pedir a separação após ter descoberto uma traição, Alexandra levou socos, foi derrubada e chutada. O processo da agressão está na Procuradoria Geral da República (PGR), pois Pedro Paulo é deputado federal e tem foro privilegiado. Na semana passada, Alexandra deu entrevista com o ex-marido para defendê-lo.

A revista Veja divulgou nesta terça-feira, 17, outro caso de agressão à mulher por auxiliares de Eduardo Paes. Desta vez, o suspeito é o subchefe do gabinete do prefeito, Bernardo Lahmeyer Fellows. Segundo a revista, Fellows foi acusado na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) por duas mulheres. O primeiro episódio teria ocorrido em 30 de abril de 2014. A mulher Viviane Cristine Lahmeyer Fellows acusou-o de agressão e injúria. A segunda agressão, de acordo com o site da revista, foi contra Patrícia Proença dos Santos, com quem teria um relacionamento amoroso. O Estado não conseguiu ouvir o acusado.