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Pré-candidato do PMDB à prefeitura do Rio confirma outra agressão à ex-mulher

Secretário de Estado de Governo do Rio, Pedro Paulo Carvalho Teixeira admitiu ter agredido Alexandra Marcondes também em 2008; caso foi registrado em delegacia

Por Fabio Grellet e Constança Rezende
Atualização:

Atualizado às 09h11

O secretário de Coordenação do Governo da prefeitura do Rio de Janeiro, Pedro Paulo Carvalho Foto: Fabio Motta|Estadão

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RIO - O secretário de Estado de Governo do Rio, Pedro Paulo Carvalho Teixeira, admitiu, nesta quinta-feira, 12, um novo episódio de agressão contra sua então mulher, Alexandra Marcondes. As agressões, segundo ele, acontecerem em 2008 e e 2010. Pedro Paulo convocou a imprensa pela segunda vez em uma semana para falar sobre o assunto e afirmou que formava com a ex-mulher um casal "normal".

Segundo ele, esses episódios de sua vida pessoal vieram à tona porque "não têm nada para falar da minha vida pública, nada da minha conduta moral na vida pública". "Quem não tem uma briga dentro de casa?", questionou. A ex-mulher de Pedro Paulo participou da entrevista e o defendeu. "Ele nunca foi agressivo", afirmou Alexandra.

Declarado pelo próprio prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), como seu candidato à sucessão municipal na eleição de 2016, Pedro Paulo, também peemedebista, reafirmou a disposição de concorrer ao cargo, mesmo diante das denúncias. "Tenho a confiança do meu partido, do (ex-governador Sérgio) Cabral, e vamos jogar o jogo", disse.

Na entrevista coletiva, promovida em um hotel em Copacabana (zona suldo Rio), Alexandra afirmou que "Pedro nunca foi agressivo". Acusou a imprensa de transformar sua vida em "um inferno" e causar constrangimentos principalmente à filha do casal, de 10 anos. Quando admitiu pela primeira vez publicamente que havia agredido a então mulher em 2010, em entrevista publicada em 5 de novembro passado pelo jornal Folha de S. Paulo, Pedro Paulo disse que havia sido um episódio isolado.

A afirmação foi desmentida pela revelação da agressão divulgada nesta quinta e ocorrida dois anos antes, em São Paulo. Questionado sobre a razão de ter dito naquela entrevista que a agressão fora um episódio único, Pedro Paulo não respondeu. Sua ex-mulher tomou o microfone, disse que fazia questão de responder e afirmou que "você não quer falar de derrotas, você não quer exposição".

Em seguida, o secretário disse que "está sendo muito difícil falar sobre o episódio. Ficar detalhando uma frase que não foi bem colocada... vamos superar isso". Alexandra defendeu sua postura de suportar as agressões, antes da separação. "Eu fui criada da seguinte forma: casamento é para o resto da vida, é para sempre. Pedro Paulo foi praticamente meu primeiro namorado. Eu casei, mudei para o Rio, e não iria ficar pegando meu telefone, 'Pai, mãe, estou com problemas'. Eu lutei pelo meu casamento."

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Depois de classificar os episódios de agressão como normais, Alexandra contou qual será sua reação se a filha dela, hoje com 10 anos, sofrer alguma agressão de namorado ou marido e ela tomar conhecimento: "Não vou achar normal". O atual marido de Alexandra e a atual mulher de Pedro Paulo também estiveram presentes, mas não se manifestaram durante a coletiva. Ao final, os dois casais se cumprimentaram afetuosamente, despedindo-se.

As agressões. O site da revista Época revelou na manhã de quinta-feia o segundo caso de agressão, que ocorreu na madrugada de 26 de dezembro de 2008. No registro policial feito no 43ª Distrito Policial da capital, em Cidade Ademar (zona sul), Alexandra relata que, durante uma discussão dentro de um veículo, Carvalho desferiu-lhe socos no rosto e no corpo, na presença da filha, então com três anos.

A mulher também conta, no registro de ocorrência 6304/2008, que o ex-marido chamou-a de "vagabunda", "piranha" e "filha da puta". O casal estava em São Paulo visitando a família de Alexandra. Alexandra foi encaminhada pelos policiais para fazer exame de corpo de delito e orientada a formalizar uma representação criminal em até seis meses, mas ela não teria voltado à delegacia e, por isso, o caso não teve prosseguimento.

Nesta semana, a Procuradoria-Geral da República (PGR) recebeu do Ministério Público do Estado do Rio documentos sobre a agressão que Pedro Paulo praticou contra Alexandra em 2010, no apartamento em que o casal morava no Rio. À época, ambos fizeram exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal (IML). Alexandra chegou a quebrar um dente. O casal está separado desde então. / COLABOROU RICARDO CHAPOLA

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