PUBLICIDADE

Panelaço ocorreu onde Dilma perdeu eleição, afirma Mercadante

Escolhido pelo Palácio do Planalto para comentar reação ao pronunciamento da presidente, ministro diz que manifestar é direito, mas que não há 'terceiro turno'

Por Ricardo Della Coletta e RAFAEL MORAES MOURA E TÂNIA MONTEIRO
Atualização:
Em defesa da presidente, Mercadante disse que manifestação é "um direito da população", mas ponderou que não há “terceiro turno” eleitoral e pediu para não haver "intolerância". Foto: Ed Ferreira/Estadão

Brasília - O ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, afirmou nesta segunda-feira, 9, que o panelaço realizado durante o pronunciamento da presidente Dilma Rousseff, na noite desse domingo, ocorreu em cidades e em bairros onde a petista perdeu as eleições “por uma grande diferença”. Em defesa da presidente, Mercadante disse que manifestação é "um direito da população", mas ponderou que não há “terceiro turno” eleitoral e pediu para não haver "intolerância".

PUBLICIDADE

“A primeira regra do sistema democrático é reconhecer o resultado das urnas. Só tem dois turnos, não tem terceiro turno. Nós vencemos pela quarta vez (as eleições)”, declarou Mercadante.

Durante discurso de Dilma em cadeia nacional de rádio e televisão em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, foram registradas manifestações contra o governo em ao menos sete capitais. Em São Paulo, xingamentos, panelaços e buzinaços foram registrados em bairros como Higienópolis, Perdizes, Aclimação, Ipiranga, Lapa, Moema, Vila Marina, Mooca e Santana. Nas eleições de 2014, a petista teve menos votos do que o então candidato Aécio Neves (PSDB-MG) em São Paulo e em Belo Horizonte. A dimensão do ato pegou o Palácio do Planalto de surpresa. A presidente aproveitou o pronunciamento para defender o ajuste fiscal em curso.

 

 

Depois de participar de uma reunião nesta manhã com o núcleo político do governo, Mercadante foi escalado para comentar os protestos e defender Dilma. Ele argumentou que Dilma sempre usa a cadeia de rádio e televisão para o dia da mulher e destacou que toda manifestação pacífica “é um direito da população”, mas pediu que não haja “intolerância” ou “radicalismo”. Ele demonstrou ainda “preocupação” com o momento pelo qual o País atravessa: recém-saído de uma eleição “bastante polarizada”, com momento de “radicalização”.

“Precisamos construir uma cultura de tolerância, de diálogo e respeito. Uma agenda de convergência é fundamental para o País poder superar dificuldades conjunturais o mais rápido possível, garantir a estabilidade (econômica) e a retomada do crescimento”, afirmou.

Ainda no início da madrugada, dirigentes do PT avaliaram o panelaço como uma "orquestração com viés golpista". A exemplo de Mercadante, o partido afirmou que a reação ao discurso da presidente foi restrito a setores da "burguesia e da classe média alta". “Mas foi um movimento restrito que não se ampliou como queriam seus organizadores”, disse o secretário nacional de Comunicação do PT, José Américo Dias.

 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.